Conforme dados obtidos no site da Câmara de Vereadores de Taquari (www.camarataquari.com.br), em 2018, entre janeiro e dezembro, foram gastos com pagamentos de diárias para vereadores R$ 1.616,85. Neste ano, entre os meses de janeiro e março, foram pagos aos vereadores R$ 4.839,24. Além das despesas com diárias, é possível acompanhar quanto os vereadores ganham em passagens e reembolso com despesas de combustível.
Neste ano foram pagas diárias a quatro dos nove vereadores. O presidente Vânius Nogueira (PDT) recebeu R$ 1.491,07, o vereador Leandro Mariante (PT) recebeu R$ 1.484,34 em diárias e mais R$ 308,27 em reembolso de combustível, totalizando R$ 1792,27, Marquinhos do Eli Gordo (PSDB) recebeu R$ 1.304,69 em diárias e Ademir Bica Fagundes (PDT) recebeu em diárias R$ 372,76 e R$ 336,77 em reembolso de combustível, totalizando R$ 709,53.
A maior parte do valor das diárias foi utilizada por Vânius, Mariante e Marquinhos do Eli Gordo em um curso em Porto Alegre, em janeiro deste ano. Outro valor que chama atenção foi o pago para o vereador Ademir Bica Fagundes, que, somando diária e reembolso de combustível, recebeu R$ 354,77 para cobrir despesas de uma viagem ao Daer, em Porto Alegre, no dia 17 de janeiro de 2019, para solicitar a colocação de taxões na rodovia Aleixo Rocha.
Manifestação dos vereadores
O Mistura Fina entrou em contato com o vereador Vânius Nogueira (PDT) sobre os valores gastos em diárias e reembolso de combustível. Ele justificou dizendo que fez um curso em janeiro. Sobre o reembolso de combustível, Vânius se diz contra, pois ele acredita que com o valor de uma diária dá para se alimentar e pagar a gasolina. “Eles ficam na pressão para pagar e tem um parecer jurídico de que é legal o pagamento, conforme o regimento interno”, explica Vânius. O presidente diz que que é a favor da Câmara de vereadores ter um carro. Sobre a lei de reembolso, Vânius afirma: “Não fui eu que fiz a lei e não fui eu que aprovei, estou tentando impedir este tipo de coisa.”
O vereador Mariante, questionado sobre as diárias e reembolso de combustível, afirmou: ”Quanto ao gasto do ano passado não sei, nem deste. Quando tiro, apresento relatório, os mesmos constam no site da Câmara”. Sobre ele ter recebido sozinho R$ 1.792,27, que é mais do que se gastou todo o ano passado em diárias, Mariante disse: “Exato, tudo no site, com relatório. Quando vou no meu carro, pego sim”.
O assessor legislativo que auxilia o vereador Ademir Fagundes salientou que o vereador estava com problemas de saúde e que não poderia responder aos questionamentos nesta semana.
Ex-presidente acha inaceitável
O vereador José Harry Saraiva Dias (PDT) comandou o Legislativo em 2018 e ele acha o valor pago em três meses, em 2019, “inaceitável”. “Foi bastante baixo porque eu proibi diárias. Tem que ser uma coisa muito bem pensada a necessidade ou não de diária para ir a Porto Alegre. Eu não preciso de diária para ir a Porto Alegre, eu não preciso de diária para exercer minha função. Eu acho um absurdo o valor gasto neste ano”.
OPINIÃO DO MISTURA FINA
Pedágio na RSC 287
O número de praças de pedágio na RSC 287 está definido. Quem utilizar a estrada para ir a Venâncio Aires, por exemplo, terá que pagar a tarifa independentemente do município onde estiver localizado o posto de cobrança. Para quem utiliza a estrada, não faz diferença, vai ter que pagar o pedágio de qualquer jeito. Agora, para o município, é interessante que a praça fique instalada dentro de seu território, pois receberá impostos incidentes sobre a arrecadação do pedágio. Além disso, promoverá mais segurança na estrada e na região, e também movimentará a economia, inclusive com a geração de empregos. O ideal seria que o pedágio ficasse junto à polícia rodoviária, o que reforçaria a segurança para todos. Não estamos defendendo a cobrança de pedágio, a nossa conclusão parte do princípio de que, de qualquer forma, haverá a instalação de praças de pedágios na rodovia.
Vânius rebate opinião de Ramon
Na sessão da Câmara de Vereadores, realizada em 7 de março deste ano, o vereador Ramon Kern de Jesus (PT) pronunciou a seguinte frase: “Deputado enrola vereador de interior, vereador de interior em Brasília é rato de Câmara. Eles vão lá tiram uma fotinho, mal perguntam o nosso nome, ou nem perguntam, nos atendem em um minuto, quando não nos atendem no corredor”.
O presidente do Legislativo, Vânius Nogueira pareceu desgostoso com a posição do colega e retrucou-o nesta semana, em entrevista para o Mistura Fina: “Ramon não percebeu que era rato em Brasília, só agora que ele percebeu, depois de ir dezenas de vezes. Ele foi ver o que era rato depois de ir 15 a 20 vezes a Brasília”.
Sobre isso, o vereador Ramon Kern de Jesus disse que o termo “rato de Brasília” é para se referir à forma como os vereadores do interior de todo o Brasil são tratados, quando não sabem o que fazer na Capital. “Existem programas e emendas e a forma de consulta e de acompanhamentos. O vereador que não souber acompanhar isso acaba por ser enrolado e engolido pela burocracia. Fui a Brasília como vereador de 2009 a 2015. Período este em que havia diversos programas abertos para os municípios e o maior índice de liberação de emendas. Tenho no total de 1 milhão e 100 mil reais em recursos liberados, pagos e obras prontas, decorrentes das vezes que fui a Brasília. Por outras vezes, fui a pedido do Prefeito para ajudá-lo nas atividades políticas. Mas foram, com certeza, mais de dez vezes”, enfatiza Ramon.
Troca de partido
O Mistura Fina ainda não tem uma confirmação oficial, mas nos bastidores da política há a especulação de que cinco políticos do PDT e um do PSDB vão trocar de partido. O destino deles seria PSB e PSDB. O Mistura aguarda uma declaração oficial para divulgar os nomes.
Carros estragados
O Mistura Fina recebeu de um vereador a informação de que quatro ou cinco carros públicos da Prefeitura estavam estragados. Questionada pelo Mistura Fina quanto o assunto, a assessoria de imprensa da prfeitura disse que procuraria a informação com o setor responsável e daria a resposta.