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Com quase meio século, Foto Globo acompanha as transformações na fotografia

Aos 18 anos, quando ainda estava decidindo qual profissão seguir, Eraldo Carvalho passou a trabalhar com o irmão mais velho, João Carvalho, na época com 23 anos, em um estúdio de fotografia. Inicialmente o empreendimento funcionava em Triunfo.

“Naquele tempo não existia a loja. Comprava-se uma câmera (das antigas), com flash e um espaço com um quarto escuro para revelar as fotos e era fotógrafo. Era preciso saber técnicas de revelação. Nós tínhamos uma Yashica 6 por 6 TLR”, lembra Eraldo.
Em 1966, mudaram-se para Taquari e passaram a atender em uma casa antiga no local onde hoje é a Loja Manas Modas, na Rua 7 de Setembro, no Centro. Trabalharam por quatro anos juntos e decidiram separar a empresa. Eraldo continuou na fotografia e João partiu para outro ramo, fundando a Relojoaria Pampa, em atividade até hoje.
Em 1970, iniciou a Foto Globo. Eraldo alugou uma sala – onde hoje está a Ótica e Relojoalheria Pampa, na Rua 7 de Setembro, e fazia fotos de eventos e em estúdio. Porém, as fotografias eram apenas em preto e branco. Em Taquari, na época, as empresas Foto Souza e Foto Crestani faziam o mesmo trabalho.
No local onde iniciou, a empresa permaneceu por mais quatro anos, mudou-se para outra sala em frente e, anos mais tarde para o prédio de Uniberto Bayer. Em 2002, adquiriu um terreno e construiu a sede própria da empresa, no ponto onde está localizada até hoje, também na Rua 7 de Setembro.
No início da atividade, Eraldo era o único fotógrafo da empresa. Anos depois, já casado com Neusa Souza de Carvalho, ela passou a acompanhá-lo. Na década de 1980, Neusa começou a fazer fotos produzidas em estúdio, uma novidade para a época, já que o hábito eram os eventos e os retratos. “Ela começou a fazer, teve bastante criatividade e passou a realizar um trabalho muito bonito que obteve o gosto das pessoas”, lembra Eraldo.

Entrega das fotos ocorria em 15 dias

Nestas quase cinco décadas, a empresa acompanhou as transformações ocorridas na fotografia. Do início em preto e branco, chegaram às coloridas. Porém, a revelação (passar do negativo para o papel de fotografia) era feita apenas em São Paulo e Manaus. Para se obter o resultado, eram necessários 15 dias. “Começamos a introduzir o colorido, e o pessoal passou a fazer num evento misto, um pouco preto e branco e um pouco colorido. No entanto, a qualidade não era boa. “No início da foto colorida, era horrível a qualidade porque a impressão era terceirizada. Ficava avermelhada, azulada, arroxeada, mas com o tempo foram aperfeiçoando”, destaca a fotógrafa Neusa Carvalho. Anos depois, o preto e branco foi eliminado e já era possível revelar em laboratórios em Porto Alegre.
Na década de 1995, a empresa adquiriu um aparelho, um mini lab. “Conseguimos comprar o primeiro equipamento de revelação colorida e a foto passou a ser entregue ao cliente em uma hora”, acrescenta.
Em 2005, chegou a era do digital e houve a necessidade de trocar todos os equipamentos, inclusive as câmeras. “Tudo o que tínhamos passou a ter valor zero, não dava nem para revenda”, observa Eraldo.
Para ele, as mudanças trouxeram facilidades mas estão apagando as recordações. “Quando tinha uma câmera de negativo, fazia a foto e ia na loja revelar para depois ver o resultado. Hoje não, tu bate com o celular e já vê se ficou ou não boa, deleta, tira outra. Aquele romantismo, de ver a foto como ficou, acabou. Armazena-se num pen drive ou no computador e muitos nem olham mais. Quando vai procurar no arquivo, não acha. As pessoas perderam muito com isso aí. O digital acabou um pouco com isso”.

Para não perder o registro do beijo dos noivos, a cena era repetida

Além do não poder ver a foto no mesmo momento em que era feita, o número de cliques também era limitado. Os negativos tinham espaço para 12, 24 ou 36 poses, como era chamado cada arquivo da fotografia.
Nas décadas de 70 e 80, os fotógrafos trabalhavam muito fazendo casamentos. Conforme Eraldo, chegava a ter 26 por final de semana. “Eu ia para a Igreja às 8h30 da manhã e ficava lá. Naquela época não se fazia muito as fotos das festas, era um ou outro que queria. Ia-se para a igreja, os noivos entravam, fotografava, também com os padrinhos e familiares. Tinha que ser rápido porque era um atrás do outro e já ficava fotografando o próximo. Hoje se faz mil fotos de um evento para vender 200 ou 300”, compara.
Para conseguir fazer mais fotos num evento, era necessário trocar o filme das câmeras. Num baile de debutantes, por exemplo, a troca tinha que ser rápida para não perder a valsa da menina com todos os seus convidados. Com o tempo, alguns macetes passaram a ser introduzidos. “Às vezes davam duas valsas para a gente conseguir”, recorda Eraldo. “Fomos amadurecendo com o tempo e pedindo para esticar a valsa”, comenta Neusa.
Nos casamentos, o fotógrafo precisava estar atento. O beijo dos noivos era o ponto alto do evento. “Se perdia, eu pedia para o padre para repetir.

As dificuldades do começo

Nos primeiros anos na profissão, a dificuldade era ter recursos para comprar os equipamentos de última geração. Atualmente, o desafio é acompanhar o desenvolvimento da tecnologia e manter-se com equipamentos modernos. “Na fotografia tudo corre muito rápido. Se for comprar uma câmera nova, cada vez que surge um modelo, trabalha-se só para os equipamentos. Tem que ter uma boa lente, boa câmera, boa revelação e é um custo muito alto”, afirma Eraldo.
Em quase meio século de história, os empresários e fotógrafos colecionam histórias como noivos que casaram e quando as fotos ficaram prontas a família pagou mas não retirou, e meninas que fizeram 15 anos e após a festa pediram para retirar um ex-namorado da foto.
A empresa possui, atualmente, seis colaboradores, sendo três fotógrafas, um no laboratório e dois para o caixa e atendimento. Os dois filhos do casal seguiram na área, porém possuem empreendimentos próprios.
O futuro, para Eraldo, é incerto. “É muito difícil porque se considerar há 10 anos, tinha “n” lojas de fotografia, de equipamentos. Em Porto Alegre, em cada esquina, tinha um atacado de fotografia, que vendia álbum, filmes, faziam as revelações. Hoje são poucos”, avalia. “Daqui a 10 anos não sei o que vai acontecer, a tendência é a continuação”, completa. Ele diz que, na região, apenas em Lajeado, Santa Cruz do Sul e Taquari (na Foto Globo) há laboratório de revelação.

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