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Mãe pede auxílio dos taquarienses para o Natal dos nove filhos

Nesta semana, a catadora Magda Clarice de Almeida, 35 anos, teve mais uma tarefa a cumprir. Além de buscar o sustento para os nove filhos, através da venda de material reciclado, ela empenhou-se em garantir o Natal deles. Ela pediu a ajuda do jornal O Fato Novo porque quer que a data seja lembrada da mesma forma que nos anos anteriores, quando tinham a oportunidade de comer doces e churrasco.

A situação econômica da moradora da Rua C, da Vila São Francisco, neste ano, foi mais complicada, conta Magda, porque o esposo, o catador Daniel da Silva de Jesus, 35 anos, está preso há sete meses e não pode trabalhar para o sustento da casa. Segundo ela, Daniel foi preso porque não compareceu nas audiências do judiciário por ser suspeito de participar de um assalto, há mais de 10 anos, em Gravataí, onde moravam. “Por causa de uma coisa lá do passado dele atingiu agora no futuro. Dez anos atrás que ele cometeu um delito grave, foi na delegacia e tudo, a gente veio embora pra Taquari. Vieram as audiências pra ele mas ele não sabia, e agora em 2015 foi feito o mandado de prisão por não comparecer para dar esclarecimento. A juíza colocou bem claro que, por não comparecer nas audiências, estava prendendo. Foi há 10 anos atrás, ele era suspeito de um assalto com outro rapaz”, contou. Ele foi condenado a seis anos de prisão.
Daniel trabalhava com o recolhimento de papel e garantia o sustento da casa. Com a prisão, Magda ficou sozinha com os filhos e não recebe o salário pago às famílias dos detentos porque ele não tinha trabalhado nem um mês com a carteira assinada. “Então desde lá eu tô lutando, as pessoas têm me ajudado”, conta, salientando que recebe alimentos dos membros da igreja que frenquenta, família e amigos.
Magda diz que a renda mensal do Bolsa Família diminuiu de R$ 690, que recebia até agosto do ano passado, para R$ 252. “Não disseram por que, simplesmente porque era coisa do governo. Insisti e consegui colocar as gêmeas no RS Mais Igual, daí passou para R$ 290. Mas muitas pessoas dizem que pelo tanto de filhos que tenho, pegaria um pouquinho a mais. Só que não tô conseguindo arrumar”.
Com a atividade de papeleiro, Daniel ficou conhecido na comunidade e na época do Natal as pessoas lhe entregavam doces e brinquedos para dar às crianças. Alimento, graças a Deus não tem faltado nada. Mas tem coisas que a gente precisa que são fraldas para as bebês. Vai chegar o Natal e não vou ter pra dar as coisas. No Natal passado tinha o pai deles que sempre trabalhou, nunca deixou faltar nada pra eles. Todo o Natal ele trabalhava até na véspera, e as pessoas mandavam coisas para as crianças, faziam cestas e caixas de chocolate. Sempre fazia um churrasquinho para as crianças. A gente fazia doces, eu e a minha guria que mais me ajuda”, lembra.

Magda teve que assumir a responsabilidade do sustento da família

Sem a renda proporcionada pelo esposo, Magda teve que vencer o medo e assumir o lugar deixado por ele. “Voltei a trabalhar no material reciclado. Mas tenho muito medo de andar de carroça. Pessoas que conheciam ele, que davam o material pra ele, agora estão passando pra mim”, comenta.
Mas a concorrência da área tem lhe trazido outros problemas. “Fui agredida com palavras por outro papeleiro. Ele disse que a égua que uso é seca e chamaria a juíza. É o animal que tenho para trabalhar, é o único jeito que tenho porque não posso deixa eles (os filhos) sozinhos para ir pra uma firma. É o que to tendo para me defender”, ressalta.
Magda afirma que o animal tem a ração, doada pelo sogro da filha. “Da maneira que posso cuidar dele (animal) eu cuido. Sei que tenho que cuidar porque é o meu meio de trabalho. Não acho certo judiar de bicho, a lei para defesa dos animais acho certo também. Falo para os meus filhos: ela é como se fosse a mãe da casa porque é dela que a gente depende. Colocamos na carroça pra trabalhar e trazer o material reciclado para poder vender e fazer um dinheiro para viver”, destaca.

Repasses do Bolsa Família estiveram atrasados

A prisão do esposo e a necessidade de sair para trabalhar, conforme Magda, afetaram a rotina da família. “Depois que o meu esposo foi preso, isso afetou muito eles (os filhos). Como comecei a trabalhar, tinha dias que a minha guria não conseguia mandar eles para a escola”, afirma.
Ela lembra que o dinheiro ficou bloqueado por cinco meses porque o filho de 15 anos não tava indo no colégio, mas que retornou. “Neste meio tempo os familiares ajudam, mas não moram em Taquari. Eles têm que juntar as coisas entre eles para vim e tem o gasto com a gasolina. Aqui só moram eu, meus filhos e ele (o esposo que está no presídio)”, diz.
Por um período, conforme a mãe, ela atrasou a pesagem no posto de saúde e as vacinas. “Mas agora conversei com elas, e elas colocaram. Todos frequentam a escola”.
Conforme Magda, a situação é de conhecimento do Conselho Tutelar e da Assistencia Social. “Eu tenho o acompanhamento deles”
Ela acredita que a redução no repasse do Bolsa Família, que caiu de R$ 690 para R$ 294, é do atraso no pagamento do Governo do Estado, RS Mais Igual.

Abaixo-assinado para a saída da prisão

Para que Daniel tenha a redução na pena e seja ouvido no processo, o advogado que estava acompanhando o caso (mas deixou o processo por motivos pessoais) organizou um abaixo-assinado na comunidade. Segundo ela, foram recolhidas mais de 30 folhas de assinaturas. “A moça de uma loja do Centro também assinou porque, pelo menos nesse tempo que ele mora na cidade, nunca fez nada de errado. Fiquei sabendo hoje (segunda-feira) que um dia eles deram uma caixa de papelão e tinha uma caixa inteira de esmalte dentro, que ele foi lá e devolveu. Pra elas, pelo menos, não tem nada contra ele”, diz. “Eu e meus filhos temos sofrido perseguições.
Ele foi preso por uma coisa do passado, a gente sabe que é do passado, que atingiu ele agora e toda a família. A lei tá aí e precisa ser cumprida. Só que por trás disso, uma família toda está sofrendo”, completa.

Magda não pretende ter mais filhos

Magda é mãe de Daniela, 16 anos, Deivid, 15 anos, Natália, 13 anos, Stefani, 11 anos, Danilo, 12 anos, Jonas, 9 anos, Sara e Sofia, 2 anos, e Valentina, seis meses. Ela conta que não pretende ter mais filhos porque é muito difícil. “Crio eles, mas é difícil porque são muitos para cuidar”. A mãe lembra que quando ganhou as gêmeas pediu para fazer a laqueadura no parto. “Mas não consegui, só um mês depois. Daí fui com elas (gêmeas) e lá no Clínicas, falaram “quem sabe tu espera para colocar o DIU”, mas disse que queria fazer porque poderia engravidar. Pediram para esperar mais um tempo e voltar lá. Não voltei e engravidei da bebê de seis meses”. No último parto, segundo Magda, não foi possível fazer a laqueadura por complicações e que teria que ser feito em outra data. Agora, como se trata de uma cirurgia, Magda diz que não tem como fazer porque não pode parar de trabalhar. Ela lembra que as duas últimas gestações foram de risco, com pressão alta.

O que a diz a Assistência Social

A Secretaria de Assistência Social informou que há apenas sete filhos cadastrados no Bolsa Família e que a redução no repasse deve ter ocorrido porque há atrasos no pagamento do RS Mais Igual, do Governo do Estado.
Sobre a política do Município para ajudar no planejamento familiar, técnicas do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) informaram “que o serviço é realizado através de acompanhamento e orientação das famílias atendidas, com conversas reflexivas abordando todo o contexto social/econômico o qual algumas famílias não conseguem perceber. Porém, muitas vezes, ter muitos filhos é uma opção familiar. Nos casos em que há muitos filhos, segundo os técnicos, “são realizados acompanhamentos e inserção em programas sociais (como Bolsa Família. Grupo do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, etc), bem como encaminhamento para a rede socioassistencial se for necessário”.

O que diz o Conselho Tutelar

O Conselho Tutelar acompanha a família de Magda desde 2008 em decorrência de infrequência escolar e por alguns casos de desentendimentos na escola ou na comunidade. “É uma mãe esforçada, que não abandonou os filhos, e está buscando. Quanto tem algum problema, ela vem aqui obter orientações. Sempre que os filhos entram em uma situação de fragilidade, ela recorre ao Conselho. Fazemos visitas periódicas por ordem judicial e informamos o judiciário sobre como está a situação familiar. Em parceria com o Ministério Público, o conselho organiza a questão escolar pra ela e tem mantido as crianças na escola”.

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