A despesa da Prefeitura de Taquari com a destinação final do lixo produzido no município tem aumentado anualmente. Em 2024, foram R$ 3.512.824,08 pagos pela coleta na zona urbana e rural, transporte e depósito em aterro sanitário. O valor é 96% maior, ou seja, quase o dobro, do que custou o serviço há cinco anos, quando foram despendidos R$ 1,78 milhão.
A maior despesa de 2024 foi com a coleta convencional na zona urbana, realizada pela empresa Urban Serviços e Transportes, com sede em Charqueadas, que recebeu R$ 1.662.118,48. Para a coleta automatizada na zona central urbana, foram R$ 804.350,03 pagos à Conesul Soluções Ambientais, de Santa Cruz do Sul. Já a coleta dos resíduos nas propriedades da zona rural, realizada pela Transportadora Medeiros e Castro, de Taquari, custou R$ 196.531,25.
Além da coleta em imóveis residenciais, comerciais, públicos e de prestação de serviço, as empresas são responsáveis pelo transporte dos resíduos até o aterro sanitário em Minas do Leão. Pelo depósito no aterro, gerenciado pela CRVR – Riograndense Valorização de Resíduos, Taquari pagou R$ 799.105,23 no ano passado.
Outros custos foram com a coleta, tratamento térmico e destino final de resíduos de serviços de saúde, realizada pela Ambientuus Tecnologia Ambiental, de Cachoeirinha, no valor de R$ 11.390,28; e destinação de entulhos, recebidos pela empresa Quadros Marques Comércio e Serviços, de Taquari.
O jornal questionou a Prefeitura se há possibilidade de redução nos custos, previsão de implantação de coleta seletiva e, se implantada, o valor deveria aumentar ou diminuir, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Nada mudou
No início de 2022, Taquari viveu uma polêmica envolvendo a questão dos resíduos sólidos. Na época, uma empresa buscava a implantação de uma central de valorização de resíduos (aterro sanitário) na localidade de Amoras, em uma área de 157 hectares.
Em audiência pública necessária para implantação do empreendimento, houve grande manifestação contrária por parte da comunidade. Na Câmara de Vereadores, muitos debates, que resultaram na criação de uma legislação municipal sobre o tema, incluindo exigências mais rígidas que a política nacional de resíduos sólidos, o que acabou inviabilizando a instalação do empreendimento no município.
Se o aterro tivesse se instalado em Taquari, não haveria custo para depósito dos resíduos, que no ano passado beirou a R$ 800 mil, reduziria o valor do transporte e geraria receita estimada, na época, em R$ 2,5 milhões anuais para o Município.
Nos debates sobre o assunto, muito se falou em separação correta do lixo, implantação de coleta seletiva para maior reaproveitamento dos resíduos, com consequentes diminuição da necessidade de depósito em aterros sanitários e redução dos custos da destinação final dos resíduos produzidos em Taquari. De lá para cá, nada mudou nesse sentido. A comunidade de Taquari segue sem realizar a separação do lixo, não conta com coleta seletiva e o valor pago anualmente para o aterro de Minas do Leão só aumenta.