Uma campanha foi lançada nesta semana visando a arrecadar R$ 150 mil para um tratamento de saúde da taquariense Laura Ribeiro Pereira, de 4 anos. A aplicação de células tronco, a ser realizada no Paraguai, pode melhorar significativamente a parte urológica da menina, mas o tratamento ainda não é custeado por planos de saúde ou governo brasileiro.
Laura é filha da enfermeira do Hospital São José, Fernanda dos Santos Ribeiro, e do técnico em manutenção industrial, José Luís da Rosa Pereira. Ela teve hidrocefalia e uma má-formação na coluna, chamada de mielomeningocele, corrigida numa cirurgia intrauterina quando a mãe estava com 22 semanas de gestação. Ela nasceu no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde faz acompanhamento com urologia, ortopedia, fisiatria, neurologia cirúrgica e neurologia infantil, além de fazer fisioterapia e acompanhamento com psicopedagoga.
Devido às complicações de saúde, há pouca sensibilidade e é fraca a musculatura nos membros inferiores e quadril. “Ela utilizava andador e começou a caminhar faz um ano, é uma vitoriosa. Já fizemos várias avaliações e foi descartado qualquer comprometimento cognitivo, ela é muito inteligente”, relata Fernanda.
Segundo a mãe, a parte urológica da menina é bastante afetada. Ela possui incontinência urinária e bexiga hiperativa (libera urina toda hora, o que faz o músculo ficar mais grosso e muito tonificado, não deixando a bexiga crescer. Também tem intestino neurogênito e com constipação severa.
É justamente buscando a melhora destes problemas urológicos de Laura que a família decidiu criar a vaquinha para custear o tratamento com células tronco, realizado no Paraguai. “No Brasil, não tem mais tratamento para a bexiga, ou ela fica utilizando fralda, ou faz uma cirurgia para ampliar a bexiga e fica colocando sonda o resto da vida. O intestino também não está funcionando mais e as células tronco podem beneficiá-la. Podem fazer a bexiga voltar a crescer, reter urina, deixar de ser hiperativa, reestruturar a bexiga novamente”, explica a mãe.
O tratamento com células tronco está em fase de pesquisas no Brasil e ainda não é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), portanto, segundo a família, não há cobertura de planos de saúde, nem custeio por parte do governo, mesmo que seja movida ação judicial para este fim. O país mais perto em que é realizado o tratamento é o Paraguai, por isso a escolha da família. A
clínica em que a taquariense deve fazer as aplicações é formada por uma equipe de médicos brasileiros e fica na Ciudad del Este, nas dependências do Hospital Clinic Center.
Como ajudar
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SAIBA MAIS
A Medicina Regenerativa tem como principal fator as Células-tronco (CT), que podem ser Hematopoiéticas (CTH), extraídas da medula e do sangue do cordão umbilical; ou Mesenquimais (CTM), extraídas do tecido do cordão umbilical e da polpa do dente de leite de doadores sadios.
Para o caso da taquariense Laura, devem ser utilizadas as células-tronco Mesenquimais, do dente de leite. Segundo boletim informativo da clínica especializada no tratamento, as CTM são imunocompatíveis, isto é, não necessitam de compatibilidade, não são rejeitadas, não transmitem doenças, não causam tumores. Tratam mais de 900 doenças degenerativas de todos os órgãos, menos do sangue.
O protocolo de aplicação é de três sessões, com intervalos de 30 a 40 dias. O procedimento consiste na reposição de células-tronco saudáveis no organismo para restaurar lesões degenerativas dos órgãos e tecidos. O número de células-tronco mesenquimais injetadas é de 1 milhão por quilo, aumentando progressivamente em cada seção.