Na manhã da última sexta-feira, a Brigada Militar (BM) prendeu uma mulher, suspeita de manter outras mulheres em cárcere privado e submetê-las a agressões, em uma boate e casa de prostituição, na rua Marinheiros, no bairro Oriental, em Estrela.
Segundo ocorrência policial, a BM e a Vigilância Sanitária de Estrela foram até ao local para averiguar uma denúncia, que teria partido da mãe de uma das vítimas, de que mulheres eram vítimas de cárcere privado no estabelecimento.
Ao chegar no local, os policiais identificaram a presença de um homem de 19 anos, funcionário da boate, que relatou que as meninas estavam dormindo, mostrando onde elas ficavam. Ao chamá-las, as mulheres relataram que queriam sair dali e, inclusive, várias das meninas apresentavam lesões corporais aparentes. Após muita insistência dos policiais, quando as vítimas ficaram isoladas, elas relataram quem era a responsável pelo estabelecimento, a mesma pessoa que as proibia de sair, mediante ameaças e agressões, inclusive por parte de membros não identificados de uma facção criminosa, da qual a responsável pela boate faria parte.
Segundo a ocorrência policial, havia no local diversos indícios de agressões, inclusive um balde com sangue, manchas de sangue nas paredes e colchões sujos de fezes. A responsável pela boate também retinha ou quebrava os celulares das vítimas para que elas não pudessem se comunicar e pedir ajuda. As mulheres contaram que a justificativa para impedir que fossem liberadas era de que havia dívidas contraídas por elas com o estabelecimento, sendo, então, forçadas a se prostituir para pagá-las.
Diante dos fatos e dos relatos das vítimas, a responsável pela boate foi identificada. Trata-se de uma mulher de 22 anos, esposa de um homem que está preso atualmente, conhecido por ser o proprietário da boate e gerente do tráfico na zona das boates da rua dos Marinheiros. Ela foi conduzida à Delegacia de Polícia Civil, sob suspeita dos crimes de sequestro e cárcere privado, lesão corporal e favorecimento à prostituição. Após, a mulher foi encaminhada ao sistema prisional gaúcho.
As vítimas, um homem de 19 anos e oito mulheres, com idades entre 18 e 38 anos, foram retiradas do ambiente. Três precisaram de internação hospitalar para tratar dos ferimentos.
A Vigilância Sanitária autuou o proprietário e interditou o local.