Os golpes pelas redes sociais e por aplicativos de conversa estão cada vez mais comuns. E a vítima mais recente de um desses golpes foi o prefeito de Taquari, André Brito (PDT), que teve seu WhatsApp clonado na última sexta-feira.
De acordo com Brito, as primeiras pessoas a receberem mensagens de seu WhatsApp foram a advogada Maricel Pereira de Lima e seu assessor, André Liziardi, que entraram imediatamente em contato com ele, relatando o golpe. Após, diversas pessoas, inclusive o prefeito de Bom Retiro do Sul, Edmilson Busatto (PL), ao perceberem que se tratava de um golpe, também ligaram para o prefeito relatando o pedido de valores para depósito em uma conta fora do Estado.
Num desses pedidos, publicado pelo prefeito nas redes sociais como forma de alerta, o golpista, se passando por André Brito, pedia para fazer um pagamento pelo PIX de R$ 2.980, com a justificativa de que já tinha excedido limite diário e que faria o reembolso no dia seguinte, no primeiro horário.
Ao tomar ciência do golpe, segundo Brito, o aplicativo foi desinstalado imediatamente do aparelho telefônico e um comunicado foi feito nas suas redes sociais, alertando o golpe. Em paralelo a isso, o problema foi relatado ao suporte do aplicativo WhatsApp e foi feito um registro de um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Taquari.
Até ontem, ninguém das relações do prefeito André Brito tinha relatado ter feito a transferência financeira.
Delegada fala de prevenção
De acordo com a delegada Betina Martins Caumo, exceto o do prefeito, nos últimos meses, não houve registros deste tipo de golpe, contudo, a Polícia sabe que há casos no município. “Sabemos que muitas pessoas acabam não registrando quando não há efetivamente prejuízo financeiro.”
A delegada diz que a Polícia percebeu que os golpes são mais frequentes com pessoas que divulgam o número do telefone. “Especificamente, nesse caso dos golpes pelo WhatsApp, temos percebido que pessoas que informam o número de contato do WhatsApp em sites de vendas ou mesmo em perfis profissionais, abrem margem para que golpistas, se passando por funcionários do site, por exemplo, entrem em contato. O falso colaborador informa que, para o anúncio ser validado, por exemplo, ele necessita de um código que chegará via SMS (mensagem de texto). A partir desse momento, o criminoso tenta logar, no WhatsApp, com o número da outra pessoa, o que faz com que o aplicativo envie para a vítima uma mensagem com um código de verificação. Esse número, na verdade, é o código de segurança do aplicativo e, quando a vítima o passa para o criminoso, torna possível ao fraudador concluir a clonagem do número.”
Como dica para não ter o telefone ou WhatsApp clonado, a delegada diz que é importante que as pessoas nunca forneçam o código de segurança a terceiros. “Caso isso tenha acontecido e a vítima não consiga mais acessar o perfil, deve informar a clonagem por e-mail ao WhatsApp e solicitar o bloqueio da conta. Um mecanismo de segurança muito útil é a verificação em duas etapas. Para ativá-la, abrir o aplicativo, tocar no menu de três pontos e acessar as configurações, entrar em conta, escolher verificação/confirmação em duas etapas e clicar em ativar. Outro ponto importante, ao receber solicitação de transferência/pix/depósito de algum suposto conhecido, as pessoas devem se certificar por outra forma, ligação, por exemplo, de que o pedido parte efetivamente daquela pessoa.”