Mais uma etapa dos investimentos realizados no Hospital São José de Taquari deverá estar concluída nos próximas semanas. O Centro Cirúrgico, que foi fechado em julho de 2018 pelo Serviço de Vigilância Sanitária do Estado, devido a diversos problemas, passou por reforma e foi ampliado.
O prefeito Maneco diz que a obra está concluída e que a intenção é colocar o espaço em funcionamento em agosto. Os equipamentos que faltam estão em fase de licitação, conforme o prefeito. “Falta comprar o autoclave, para esterilização. A primeira licitação deu deserta, a segunda será na semana que vem e, se der deserta novamente, poderá ser feita compra direta”, explicou Maneco, completando que o equipamento, até o final do mês, deverá ser entregue. “Hoje foi a licitação da maca cirúrgica e do foco cirúrgico (iluminação) e a entrega será logo. Os outros estão no hospital”, diz.
O investimento no bloco cirúrgico é de R$ 700 mil, com recursos próprios do município. Com esse espaço, o hospital poderá realizar cirurgias. Além das adaptações necessárias, há salas para exames de endoscopia, colonoscopia, traumatologia, urologia, vascular e cirurgia geral.
O hospital também recebeu investimentos para a implantação e a habilitação de 10 leitos de UTI, a aquisição do tomógrafo e a remodelação de alguns quartos.
Problemas que ocasionaram o fechamento
O bloco cirúrgico foi interditado há dois anos para correção de situações de rotina, segundo informou o coordenador regional de Saúde na época, Ramon Zuchetti. Uma das situações era o uso do mesmo acesso (porta) para entrada de material sujo e saída do limpo. O correto, segundo a coordenadoria, seria entrar com o material sujo por um lado e sair com o limpo pelo outro. Outras situações apontadas foram a atualização de Procedimento Operacional Padrão (POPs) pela enfermagem, o controle da água utilizada em todos os setores e do programa integrado de controle de pragas e vetores. A fiscalização também citou a pia de escovação pré-cirúrgica de mãos em quantidade insuficiente e com torneira inadequada com relação ao sistema de aquecimento e quanto ao fechamento; existência de alçapão no forro de gesso da sala cirúrgica; a inexistência de controle de todos os procedimentos de limpeza e desinfecção química dos materiais processados no CME e do fluxo em sua área limpa, para que não ocorra o cruzamento de materiais esterilizados e não esterilizados.
Mesmo com a conclusão, hospital não terá partos
O Prefeito Maneco disse, na semana passada, durante transmissão ao vivo pela internet, que, mesmo após a conclusão do Centro Cirúrgico, não serão realizados partos.
Nesta semana, ele explicou a O Fato que o custo para manter o serviço é alto. “Em um futuro próximo, quando o hospital tiver renda suficiente para bancar, aí se pode pensar.
O custo é muito elevado para a quantidade de partos realizados em Taquari”, justificou.
Segundo a Prefeitura, o custo de manutenção de um centro obstétrico gira em torno de R$ 180 mil, com sobreaviso de médicos pediátricos, obstetras, anestesistas e médico auxiliar, ainda, com equipe de enfermagem e técnica, bem como material hospitalar. A administração, atualmente, encaminha as gestantes, cerca de 15 partos por mês, para o Hospital Ouro Branco, de Teutônia. “O custo mensal, em média, é de R$ 40 mil, gerando assim uma economia em torno de R$ 140 mil para continuação dos investimentos na área estrutural e na qualificação do Hospital São José”, diz.