A paixão por ouvir e contar histórias despertou no taquariense Leonardo Santos da Rosa, 23 anos, uma escolha inusitada profissionalmente para moradores do interior. Estudante de cinema da Universidade Federal de Pelotas, o jovem busca driblar os desafios de entrar para a área residindo em Taquari. Em fase de conclusão do curso, ele já tem três produções disponíveis na internet, uma delas realizada para o Canal Futura.
Filho de Rosane Santos da Rosa e André dos Anjos da Rosa, Leonardo descobriu o curso de cinema, quando já estava na universidade, estudando Design. Com grande interesse na área, soube que o curso é ainda bastante caro e com horários pouco flexíveis no Brasil. Acabou fazendo vestibular para a universidade federal e conseguindo acessar as aulas gratuitamente.
Seu foco atual é na produção de documentários. Um deles, o Flamingos, foi produzido para o Canal Futura e conta a história do primeiro time de futebol LGBT+ do Sul do estado, documentário disponível através do link (https://bit.ly/2At9L5S). Outro trabalho com participação de Leonardo foi Um Lugar ao Sol, onde atuou na produção executiva e direção de produção, com a história de um imigrante senegalês que atuava como jogador do Brasil de Pelotas. O filme , acessível no endereço eletrônico( https://vimeo.com/272732246) , chegou, em 2018, ao Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, um dos mais antigos do país, e ganhou menção honrosa.). A primeira produção de Leonardo , uma espécie de suspense sobre alguém que vive o dia preso em um sonho , também está na internet (https://vimeo.com/229903483). Outros projetos estão sendo desenvolvidos pelo jovem, incluindo histórias do município de Taquari. “É muito interessante vermos nossa progressão narrativa ao longo dos semestres. Se pegarmos meu primeiro filme finalizado e meu último filme , percebe-se um abismo entre eles. Erros e acertos foram feitos em uma constante progressão de linguagem e processos”, relata.
Para ele , além de dar mais atenção ao cinema brasileiro, é preciso contar ao jovens a possibilidade de atuar no setor, e se dispõe a auxiliar quem tenha interesse em começar na profissão. “Se quer fazer cinema, comece a filmar. Aprenda com os erros e continue. Estude , e estude muito , e conheça sua turma, forme seu grupo, porque cinema é coletivo. Moramos no Brasil, moramos no interior do Rio Grande do Sul. Nossa realidade e subjetividade têm muito a contar”, acredita.
Segundo Leonardo, não é só difícil fazer cinema no interior, mas no país como um todo, com notícias recentes de uma possível proposta de fechamento da Cinemateca Brasileira. No entanto, o jovem acredita que, com o tempo, a situação do setor vá se acertando. Um dos passos para isso seria a atenção para o cinema e sua produção desde a escola, para que mais pessoas possam ter acesso ao curso.
Além disso, verifique
Uma noite inesquecível
O tradicional Baile de Debutantes de Taquari teve apresentação de quatro jovens na noite do ...