A Federação Apícola do Rio Grande do Sul, que ocupa a estrutura do Centro de Pesquisas Emílio Schenk (antiga Estação Experimental/Fepagro) desde o final do ano passado, trabalha na reprodução de abelhas rainhas e enxames para produtores que tiveram perdas durantes as enchentes. Em parceria com a Associação Taquariense de Apicultores, também projeta a construção de uma agroindústria, de uso coletivo, para beneficiamento da produção local de mel.
Os trabalhos são realizados de forma voluntária por integrantes das associações de apicultores. A reprodução das abelhas rainhas e enxames será destinada a produtores de todo o estado que perderam suas abelhas devido à enchente ou excesso de chuva, durante a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio de 2024. Essa distribuição deve começar a ser feita nas próximas semanas e ainda não há uma estimativa de quantos apicultores serão beneficiados, já que se baseará nos levantamentos feitos pela Emater nos municípios atingidos pela catástrofe.
O local também foi um canalizador de doações advindas de diferentes entidades destinadas aos apicultores no período pós enchentes e chuvas. Foi recebida alimentação para as abelhas, como açúcar e proteína de soja, além de caixas, para serem destinadas a produtores atingidos no RS.
Agroindústria coletiva
A Associação Taquariense de Apicultores e a Federação Apícola do Rio Grande do Sul estão desenvolvendo, com auxílio da Prefeitura de Taquari, o projeto de uma agroindústria coletiva para beneficiamento de mel. “Temos a parceria da municipalidade para buscarmos dar condições aos produtores para poderem trabalhar dentro da legalidade, colocar rótulo, vender no mercado, fornecer para a merenda escolar”, relatou o colaborador voluntário do centro, Clóvis Schenk Bavaresco.
A estimativa é concluir a reforma no prédio até o final de dezembro. Segundo Clóvis, a cooperativa Sicredi destinou, para custear na obra, recursos de doações angariadas através da campanha Pix Solidário. Uma emenda parlamentar também deve ser destinada para o projeto, desta vez para a compra dos equipamentos necessários. “Queremos estar com tudo pronto para a próxima colheita, a partir de março”, disse o presidente da Associação Taquariense de Apicultores, Gilvan Dutra.
Outros serviços
No local, também são desenvolvidas pesquisas genéticas sobre as abelhas com ferrão (Apis) e sem ferrão (meliponíneos), e ministrados cursos em parcerias com o Sindicato Rural e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Saiba mais
O Centro de Pesquisa Emílio Schenk, situado na área da antiga Estação Experimental e Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), é utilizado desde o final do ano passado pela Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fars). Um ato na manhã do dia 8 de dezembro marcou a assinatura de acordo de cooperação entre a Fars e a secretaria estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), responsável pela área.
A parceria tem prazo de 10 anos e objetiva o cultivo agrícola e a produção de abelhas, aliado ao desenvolvimento de pesquisas, para fortalecimento da apicultura e meliponicultura no Estado. O centro tem área total de cerca de 460 hectares, pertencentes ao governo Estadual, e conta com parque apícola, infraestrutura para pesquisa, banco ativo de germoplasma de citrus, entre outros. O parque apícola estava desativado há anos.