O preço do botijão de 13 quilos do gás de cozinha foi reajustado nesta semana e, em Taquari, é encontrado em alguns lugares a R$ 100, incluindo a taxa de entrega. Se for retirado no ponto de venda, o preço cai para R$ 95. “É um desconto que damos para o cliente”, destacou um revendedor.
Neste ano, entre janeiro e agora, o gás subiu, no preço médio, 41% enquanto que a inflação está em 10%, que também é alta. Com base no preço médio, no Rio Grande do Sul o botijão de 13 Kg está custando R$ 98,04, o que corresponde a 8,91% do salário mínimo, que é de R$ 1.100,00. Em outubro de 2020, o preço médio era de R$ 70,74, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio Combustível (ANP), o que representava 6,76% do salário mínimo de R$ 1.045,00.
O presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral no Estado do Rio Grande do Sul (Singasul), Ronaldo Tonet, explica que cerca de 20% do gás de cozinha consumido no país é importado, como acontece com o combustível. “Não somos autossuficientes na produção do gás de cozinha GLP. Se há uma paridade, acaba tendo que subsidiar porque compra um gás mais caro do que cobrando aqui dentro”, afirma o presidente. Ele explica ainda que até junho o reajuste era mensal, mas que o governo mudou e passou a adotar o sistema que era usado no tempo do presidente Michel Temer, com reajuste nas refinarias da Petrobrás a cada três meses, o que corresponde a quatro aumentos no ano. “Do reajuste anunciado na semana passada, passaram 93 dias do último realizado. Eles olham o preço neste período e fazem uma média do dólar, da cotação do GLP nas bolsas da Europa e no Golfo do México”, justifica.
Não há uma expectativa de redução no valor em curto e médio prazo. “Com a nossa política econômica, não sou eu que estou dizendo, são os economistas, nosso real não vai melhorar a cotação em relação ao dólar, então já temos uma pressão ruim aí em função da desvalorização do real. No mercado internacional, gás de cozinha e o gás natural estão com uma pressão de demanda, ou seja, o preço subiu no mercado internacional, não apenas o barril, mas o próprio derivado do petróleo. Com a volta das atividades no mundo interior, há uma demanda por combustível, é uma questão de oferta e procura.”
Para o presidente do Singasul, o único fator que poderíamos controlar é uma política econômica menos inflacionária e mais estável. “Com menos polêmica, que pudesse fazer com que houvesse mais investimento estrangeiro, consequentemente, a entrada de dólar, aí a nossa moeda se valorizaria um pouco.”
Gasolina também teve mais aumento
O preço do litro de gasolina também foi reajustado nesta semana. Em Taquari, o litro da gasolina comum passou de R$ 6,34 para R$ 6,54. O último impacto para o consumidor na bomba tinha ocorrido em agosto. De março deste ano até agora, o aumento foi de 10,81% no litro do combustível vendido em Taquari. Em 11 de março, o preço médio do litro da gasolina comum, à vista, era de R$ 5,899.