O número de famílias que busca alimentos através da secretaria municipal da Assistência Social mais que dobrou em um ano.
Em março de 2020, após o início da pandemia, 425 famílias procuraram o órgão para obter alimentos. No mês passado, segundo a secretaria, foram 992 solicitações de alimentos. O aumento na demanda foi percebido em junho e julho, devido à enchente do Rio Taquari, e, em janeiro, em decorrência do fim do pagamento do Auxílio Emergencial, por parte do Governo Federal.
A secretaria diz que para atender essa demanda, em abril de 2020, foi realizada uma campanha de arrecadação de alimentos no comércio local, clubes de serviços e empresas quando foram arrecadadas em torno de 10 toneladas de alimentos. Em maio, iniciou a campanha do agasalho, em parceria com a comunidade e a Brigada Militar, obtendo mais de 30 mil peças. Em dezembro de 2020, conforme a Prefeitura, iniciou a distribuição de 872 cestas básicas e kits de limpeza, entregues mensalmente às famílias em extrema pobreza, cadastradas no Cadastro Único, que receberão até maio de 2021, através de recurso do governo Federal.
Na semana passada, iniciou a campanha de doação voluntária de um quilo de alimento não perecível pelas pessoas que forem até uma unidade de saúde para receber a dose da vacina contra o coronavírus. A medida visa a arrecadar alimentos a serem destinados às famílias cadastradas.
Dificuldade para pagar as contas do mês
O casal Juraci Fátima da Silva, 48 anos, e Joraci Assis Cardoso, 56 anos, residentes na Vila São Francisco, tem passado dificuldades para pagar as despesas mensais, como água e luz. Conforme a filha, Angélica Cardoso, Juraci está em tratamento contra câncer no esôfago, teve o benefício do INSS cortado e não está trabalhando. Joraci trabalha em corte de mato e retornou ao serviço na semana passada. “A situação é que, no momento, eles estão precisando muito de ajuda pelo fato de meu pai trabalhar no mato, ganha o que ele produz, o que não é muito até pela idade que ele está, e minha mãe não tem condições nenhuma de trabalhar por que ela é doente, tem problemas de saúde e, agora, com o seu benefício cortado”, conta a filha Angélica Cardoso, que cuida da mãe.
Juraci fez a cirurgia em janeiro de 2021 e, conforme a filha, pelo atendimento telefônico, o INSS informou que venceu o prazo do auxílio-doença. “Mas marquei perícia para ela, foi feita na segunda-feira, só não sabemos ainda se será concedido ou não”, diz.
A família está recebendo qualquer tipo doação e diz que esteve na secretaria da Assistência Social para buscar algum auxílio. “Eu fui atrás, mas disseram que ela não tem direito porque não recebe Bolsa Família.”
A família até está precisando de um ventilador devido a problema de hipertensão, e não tem disponibilidade financeira para comprar agora.