As cirurgias no Hospital São José de Taquari foram retomadas, na sexta-feira, 25 de setembro. Depois de 26 meses fechado, o Bloco Cirúrgico voltou a receber serviços eletivos, o que não ocorria desde julho de 2018, quando foi interditado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).
O local passou por reformas e foi ampliado. Foram investidos, conforme a Prefeitura, R$ 939.796, 21 na obra e R$ 98.265,00 no mobiliário, com recursos próprios do Município, ou seja, sem repasses do Estado ou União.
No primeiro dia de trabalho no novo bloco , foram realizadas quatro cirurgias, todas de hérnia em pacientes de Taquari, e estavam agendadas outras sete para esta semana. O trabalho foi realizado pelo médico cirurgião, um médico auxiliar, um anestesista, uma enfermeira, duas técnicas instrumentadoras , duas técnicas circulantes e uma técnica de Centro de Esterilização de Materiais (CME). Para outubro, estão previstas 35 cirurgias. Conforme a secretaria municipal da Saúde, o hospital está habilitado a realizar cirurgias em sentido macro (exceto partos), mas, neste primeiro momento, será apenas cirurgia-geral (abdominais, como de hérnia).
A obra de reforma e ampliação do bloco cirúrgico iniciou em 4 de novembro de 2019. Além da adequação do espaço às normas atuais e a ampliação, foram feitas salas para exames de endoscopia, colonoscopia, traumatologia, urologia, vascular e cirurgia geral. Os equipamentos adquiridos, conforme a Prefeitura, incluem mesa, foco cirúrgico e autoclave.
Mesmo com o investimento, não serão realizados partos no hospital de Taquari. O prefeito Maneco justificou, em declarações anteriores, que o custo para manter o serviço é alto diante do número de partos realizados no município. Segundo a Prefeitura, o custo de manutenção de um centro obstétrico gira em torno de R$ 180 mil, com sobreaviso de médicos pediátricos, obstetras, anestesistas e médico auxiliar, ainda, com equipe de enfermagem e técnica, bem como material hospitalar. A administração, atualmente, encaminha as gestantes – cerca de 15 por mês- para o Hospital Ouro Branco, de Teutônia. Ainda segundo o prefeito, o custo mensal, em média, é de R$ 40 mil, o que geraria uma economia em torno de R$ 140 mil para continuação dos investimentos na área estrutural e na qualificação do Hospital São José.
Relembre o caso
O bloco cirúrgico e o Centro de Materiais Esterilizados (CME) foram interditados pela Vigilância Sanitária Estadual no dia 24 de julho, depois de recebida uma denúncia. Naquela ocasião, a fiscalização deu um prazo de 10 dias para que o administrador, na época o Instituto Núcleo de Apoio às Políticas Públicas (Inapp), fizesse as adequações apontadas, entre elas, a atualização de Procedimento Operacional Padrão (POPs) pela enfermagem, o controle da água utilizada em todos os setores e do programa integrado de controle de pragas e vetores. Também foram citados problemas com a pia de escovação pré-cirúrgica de mãos, em quantidade insuficiente, e com torneira inadequada com relação ao sistema de aquecimento e quanto ao fechamento; existência de alçapão no forro de gesso da sala cirúrgica; a inexistência de controle de todos os procedimentos de limpeza e desinfecção química dos materiais processados no CME e do fluxo na área limpa do CME para atender às exigências, entre outros, era necessário comprar um autoclave de barreira, ou seja, com duas portas, uma para a colocação e outra para saída do material, no valor estimado de R$ 250 mil. O que era utilizado na instituição tinha apenas uma porta.