Na semana passada, O Fato apresentou dados relativos às compras realizadas pela Prefeitura de Taquari, que constam no Perfil das Cidades Gaúchas, divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Dos R$ 36,1 milhões gastos pela Prefeitura com equipamentos, material permanente e de consumo, serviços de terceiros, obras, locomoção, entre outros, 26,1% foram adquiridos de empresas de Taquari.
A analista da Gerência de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae, Claudia Cittolin, conversou, nesta semana, com O Fato. O Sebrae elenca, como fatores que influenciam no percentual de compras de empresas locais, a existência de fornecedores para os objetos das licitações, a divulgação efetiva dos processos licitatórios junto aos empresários locais, a estruturação financeira das empresas e a desmistificação quanto à burocracia das licitações.
Segundo Cláudia, há formas de ampliar esse percentual. Uma delas é que o poder público pesquise se há fornecedores locais para os objetos de licitação e divulgue os processos em destaque no site e junto a entidades e Associações como CDL, por exemplo. Outras formas de aumentar o percentual têm que partir dos empresários. De acordo com a analista do Sebrae, as empresas precisam se estruturar para poder atender o poder público, que, muitas vezes, leva cerca de 30 dias para pagamento após apresentação da nota fiscal. Segundo Cláudia, pesquisas do Sebrae apontam a demora no pagamento como um dos principais fatores que levam os empresários a não terem interesse em fornecer para o poder público. Outro problema é em relação à burocracia, que muitos acreditam ser complicada. “O Sebrae trabalha para desmistificar isso, porque a partir do momento que o empresário ganha uma licitação e vê que é possível, normalmente ele segue participando de outras licitações, até de municípios ao redor”, relatou.
Um setor que influenciou bastante para o percentual de Taquari foi o de obras. A Prefeitura gastou R$ 15.179.755, quase metade do total de compras, que foi de R$ 36,1 milhões. Boa parte desses investimentos foi em asfalto e reformas de grande porte, como da emergência e bloco cirúrgico do hospital e do antigo Seminário Seráfico/Idesc. As licitações que exigiam empresas especializadas e com grande capital de giro não foram vencidas por empreendimentos de Taquari. No setor de asfaltamentos, por exemplo, não há empresas especializadas no município. Dos R$ 15 milhões em obras, 0,9% foram de empreendimentos locais.
Os números utilizados pelo Sebrae no estudo levam em consideração informações disponibilizadas no portal dados abertos, do Tribunal de Contas do Estado, e são referentes a 2019.
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