Caiu de pé. Esta foi a avaliação da direção do Taquariense que, com o empate em 1 a 1 com o Assespe, em Venâncio Aires, no último domingo, foi eliminado do Regional Certel/Sicredi da categoria Titulares. O trio de arbitragem, que teria marcado um pênalti duvidoso e anulado um gol legal do alvi-azul, foi bastante contestada pelos dirigentes. Com a terceira colocação entre 20 clubes, o Taquariense encerrou a melhor campanha de sua história de um Regional da Associação de Ligas do Vale do Taquari (Aslivata).
A missão não era nada fácil. Vencer o Assespe na sua casa, com o apoio total de seu torcedor. Mas como já havia conseguido isso na primeira fase, o Taquariense foi confiante para o confronto que valia uma vaga na final do Regional. Mais uma vez, a ausência do meia e capitão Bruno Costa, responsável pela criação de jogadas, foi muito sentida pelo time. Mesmo assim, o alvi-azul comandou as ações no primeiro tempo e amassou o Assespe no seu campo. Nos primeiros 20 minutos foi uma verdadeira meia-liha, com o Taquariense todo no campo do Assespe e com os donos da casa somente se defendendo, jogando com o regulamento debaixo do braço, já que um empate lhe dava a classificação.
Aos dois minutos, Laurinho cruzou da direita, Jean antecipou à marcação e desviou de cabeça, rente à trave. Aos oito, Bruno Nunes recebeu bom passe, cortou a marcação e, já dentro da área, de perna esquerda, chutou forte, mas na rede pelo lado de fora. Depois, só deu Taquariense, com jogadas pelos lados e nas bolas paradas, que sempre levaram perigo à meta de Marvel.
O Taquariense controlava bem o Assespe e estava próximo do gol de abertura do placar, o que até conseguiu e o que faria toda a diferença no jogo, se não fosse um erro absurdo da arbitragem. Lunardo cobrou falta para a área, Buda apareceu livre e desviou para o gol, mas o auxiliar Mateus Leite marcou impedimento. Contudo, o ala Pastel estava ao lado da trave no momento da cobrança, na mesma linha do goleiro Marvel, portanto, impossível de ser impedimento. Mesmo com muita reclamação e empurra-empurra, o árbitro Ruggeri Fontoura aceitou a marcação do assistente e invalidou o gol.
O gol mal anulado desanimou o Taquariense, que perdeu um pouco do ímpeto que tinha até então. E assim, o Assespe conseguiu abrir o placar. Aos 43 minutos, Piló partiu na diagonal e, dentro da área, dividiu com Eninho, pênalti assinalado pela auxiliar Renata Schaeffer, já que o árbitro Ruggeri Fontoura nada havia marcado. Mesmo com muita reclamação, a infração foi confirmada. Na cobrança, Pastel, que voltava de lesão, chutou no meio do gol e abriu o placar, 1 a 0 Assespe.
Mas mostrando poder de reação, em seguida, aos 48 minutos, o Taquariense chegou ao empate. Lunardo cobrou falta para a área, o zagueiro Allan subiu mais do que os marcadores e cabeceou para o gol, 1 a 1, placar do primeiro tempo.
Segundo tempo de domínio do Taquariense e mais confusão
Na segunda etapa, o Taquariense continuou em cima, atrás do gol da vitória. Nos primeiros 15 minutos o goleiro Marvel fez duas grandes defesas, em arremates do volante Lucas e do atacante Buda. Principalmente nas bolas paradas, o Taquariense levou perigo a todo o instante, mas os zagueiros Rafa Reis e Delon conseguiram segurar a pressão.
O jogo encaminhava-se para o final, quando um pênalti polêmico paralisou a partida por cerca de sete minutos. Angolano, adiantado no campo de ataque, partiu em velocidade e, já dentro da área, cara a cara com Duda, dividiu com o goleiro e Anderson Brandão e o árbitro marcou pênalti. A confusão iniciou porque o Taquariense reclamou de impedimento no início da jogada, o que o auxiliar Mateus Leite não marcou, para indignação do alvi-azul. O assistente foi pressionado contra o alambrado pelos dois times e chegou a ser agredido por um torcedor do Assespe. O jogo ficou paralisado por quase 10 minutos, ninguém foi expulso e o pênalti foi confirmado. Na cobrança, Pastel bateu forte e Duda fez grande defesa, dando esperanças ao Taquariese.
Nos minutos finais, o Taquariense fez de tudo. Allan, para aproveitar a estatura, foi adiantado para o comando de ataque. Com outros três atacantes e Bruno Nunes por trás o Taquariense foi todo ataque, mas não conseguiu o segundo gol e o empate em 1 a 1 marcou a eliminação do clube do Regional.
Sobre a confusão e a agressão sofrida pelo auxiliar, a arbitragem havia confirmado para alguns jogadores que tudo seria citado em súmula. Porém, na última quarta-feira, a Aslivata divulgou a nota oficial da partida e, estranhamente, nenhuma linha sobre a confusão foi relatada. Inclusive, o Assespe, não perdeu nenhum ponto na disciplina.
Disputando o Regional Certel/Sicredi desde 2013, ausente apenas em 2016, em seis participações, esta foi a melhor campanha da história do Taquariense que, entre 20 clubes, encerrou com o terceiro lugar. Em 12 partidas, o alvi-azul obteve cinco vitórias, cinco empates e duas derrotas, marcou 20 gols, sendo o segundo melhor do Regional, atrás apenas do Canarinho, de Cruzeiro do Sul, que fez 26, e sofreu 15 gols. Os artilheiros do time foram Jean, com sete gols, o vice-goleador do Regional, atrás apenas de Tanque, do Boavistense, que fez oito, Buda, com cinco, e Bruno Costa, com quatro.
Volmir Roberto Donida, o Chico, presidente do Taquariense, avaliou a participação do clube no Regional como surpreendente e positiva. “A nossa campanha foi, de certa forma, surpreendente, porque tínhamos o projeto de rejuvenescer o elenco, subir alguns meninos da Aspirantes, e dar a eles experiência para que, daqui a duas ou três temporadas, disputássemos o título. E conseguimos chegar perto do título logo no primeiro ano. Foi muito gratificante e maravilhoso ver a resposta positiva de atletas como Pixena, Eninho, Andrei, Laurinho, Lucas, Hígor, Queniano, Patrick Labres, entre outros. Então, por tudo isso, achamos que o ano foi superpositivo. Esperamos que em 2020 consigamos seguir neste caminho, pois a ideia é continuar com este projeto de renovação.”
Boavistense também garante vaga em final inédita contra o Assespe
O adversário do Assespe na final do Regional Certel/Sicredi da categoria Titulares será o Boavistense, de Boa Vista do Sul, que, assim como o clube de Venâncio Aires, chega pela primeira vez a uma decisão de Regional.
O Boavistense garantiu a sua classificação para a final no último domingo, em Boa Vista do Sul, ao lado de seu torcedor. Como havia empatado em 0 a 0 o duelo de ida contra o Atlântico, em Estrela, o Boavistense entrou em campo no último domingo dependendo do empate, já que tinha a melhor campanha. Mas com gol do volante Paim, no início da partida, o Boavistense furou a melhor defesa entre os semifinalistas e venceu por 1 a 0, garantindo presença na final do certame contra o Assespe.
O duelo de ida da final acontece neste domingo, em Boa Vista do Sul, e a volta, no domingo, dia 1º de dezembro, em Linha Grão Pará, Venâncio Aires. Mas se o Assespe tem melhor disciplina e, por isso, tem o direito de fazer a volta em sua casa, o Boavistense tem melhor campanha e, por este motivo, tem a vantagem de jogar por dois empates.
Até aqui, em 12 jogos, o Boavistense obteve seis vitórias, quatro empates e duas derrotas, marcou 18 gols e sofreu 11. Os destaques do time são os atacantes Tanque, artilheiro do Regional, com oito gols, e Maiquinho, além do experiente volante Paim.
O Assespe, nos mesmos 12 jogos, tem cinco vitórias, quatro empates e três derrotas, duas delas para o Taquariense, na primeira fase. O ataque marcou 20 gols e a defesa sofreu 17. O artilheiro do time é o ala Pastel, com cinco gols, e os atacantes Angolano e Gabriel Puntel, ambos com quatro gols. Além dos três, outros destaques do Assespe são o volante Bocão, os meias Nissinho e Vini e o atacante Piló.
Foto: Especial/Ezequiel Neitzke/Grupo A Hora