Dados divulgados pelo Instituto Rio-grandense do Arroz (IRGA) mostram que a produção de arroz em Taquari, na safra 2018/2019, teve redução na produtividade de 8,05% em relação ao período anterior.
A quantidade do grão colhido por hectare foi em média de 7.156Kg em 2018/2019, enquanto, na safra anterior, foi de 7.883 Kg/ha. A estimativa é de uma redução em torno de 2,2 mil toneladas do grão nas lavouras do município.
A produção municipal foi de 18,7 mil toneladas na safra 2018/2019 com área colhida em 2.602 ha.
Na safra anterior, a produção foi de 20,906 mil toneladas em área colhida em 2.652 ha.
O técnico do IRGA, Abílio Nogueira Dória, lembra que o município obteve médias abaixo de 7.000 kg/ha somente em anos do fenômeno climático El Niño intenso e também na safra 2010/2011, com a ocorrência de granizo. Entre as safras de 2007/2008 a 2012/2013, em anos de neutralidade, o clima favoreceu a cultura e Taquari atingiu produtividades superiores a 8.000 kg/ha.
Dória explica que a queda na safra 2018/19 foi em razão do clima. Segundo ele, informações da Meteorologista do IRGA, Jossana Cera, coletadas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), mostram que entre os dias 10 e 20 de dezembro e de 1º a 20 de janeiro, a radiação solar ficou bem abaixo da média climatológica na maioria das regiões do RS, incluindo Taquari e arredores. “Esta configuração não foi boa para as lavouras que estavam em estágio reprodutivo pois este é o período do ciclo da planta em que ela mais demanda por radiação solar, para realizar a fotossíntese e translocar os fotoassimilados para o enchimento de grãos e, assim, garantir altas produtividades”, afirma o técnico.
Outros fatores que contribuíram para a redução na produção do município é a monocultura e lavouras sem pousio (descanso ou repouso). “Isso acontece há muitos anos e dificulta a sustentabilidade das lavouras. Cito, como exemplo, o controle de plantas daninhas que fica mais difícil a cada safra, ou seja, essas se adaptam ao ambiente da lavoura de arroz, criam resistência aos herbicidas, logo, competem com a cultura, assim reduzindo a produtividade e o lucro da lavoura”, destaca.
Quanto a valores que os produtores deixam de arrecadar, o técnico diz que não há como estimar. “Levando em consideração que cada produtor tem seu custo de produção e liquidam seu estoque em épocas diferentes, não temos parâmetros suficientes para estimar o valor médio na redução da receita líquida dos mesmos, mas vale lembrar que, além da redução de produtividade, a safra foi marcada pelo aumento significativo dos preços dos insumos, que refletem diretamente no bolso do produtor orizícola”, aponta.
