A Secretaria Municipal de Saúde registra, em quatro meses, duas mortes por leptospirose. Do início do ano até abril, foram notificados três casos ao serviço de saúde.
A doença é contraída através do contato com uma bactéria presente, entre outros, na urina do rato.
Segundo a coordenadora do setor de enfermagem, Andreia Oliveira, os três casos deste ano não possuem ligação. “Ocorreram em áreas distintas”, esclareceu através da assessoria de imprensa da prefeitura. “Um foi tratado em casa, sem complicações, evoluindo para a cura”, completou. A enfermeira-chefe não informou os bairros onde ocorreram os casos, apenas que dois foram na área urbana e um na zona rural e que dois deles foram contraídos através do contato com a secreção do rato. Atualmente, não está sendo acompanhado nenhum caso suspeito pela Secretaria, que é notificada através das unidades de saúde, do hospital ou laboratórios e pelo fluxo de retorno, que é quando o paciente é internado em outro hospital da região. A enfermeira destaca a importância de, diante de uma suspeita, procurar o atendimento médico.
A doença
A leptospirose é uma infecção humana, resultante da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, por meio do contato com água, solo ou alimentos contaminados. A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina de ratos e outros animais (bois, porcos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose ao homem). As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos.
A responsável pelo serviço de vigilância sanitária, veterinária Izabel Appel, destaca a importância dos cuidados básicos de higiene com os alimentos para evitar acesso de roedores. Também em paióis e estrebarias; com o armazenamento do lixo; nos períodos de alagamentos, pois os ratos vivem em esgoto, e o controle de pragas. “A proliferação depende de água, alimento e abrigo”, destaca a veterinária. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também podem propiciar a infecção.
Sintomas
Febre alta, dor de cabeça, sangramento, dor muscular, calafrios, olhos vermelhos e vômitos são alguns sintomas. Sem tratamento, a leptospirose pode causar danos renais e hepáticos e até mesmo a morte. Os antibióticos combatem a infecção. O doente grave pode apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de 1 a 30 dias (média entre 7 e 14 dias).