O estudante taquariense de Ciências Biológicas da Univates, Leo Jaime de Vargas, 29 anos, está desenvolvendo o trabalho “Avifauna no município de Taquari, RS, Brasil”. O trabalho consiste em conhecer a biodiversidade do município e descobrir a existência de determinadas espécies em locais específicos para se obterem dados científicos e, principalmente, alertar a sociedade para a necessidade de medidas de preservação dessa fauna e de seus habitats.
O estagiário do Laboratório de Ecologia e Evolução da Univates, de março até aqui, registrou 105 espécies de aves habitando o município. “Ressaltando que este número pode ser bem maior. É um número considerável para a avifauna em todo o vale, visto que, segundo dados do COA VALES (Clube de Observadores do Vale do Taquari e Rio Pardo), este número, 105, é quase um terço das espécies registradas para estes dois vales, que é de cerca de 333 espécies”, explica Vargas.
O estudante cita, também, como estímulo ao desenvolvimento deste trabalho, a necessidade de valorização da cidade. “Os moradores precisam saber que Taquari tem potenciais positivos, como o de ser refúgio de uma avifauna considerável e digna de ser contemplada. E que, principalmente, isso seja de conhecimento de todos”.
O trabalho é desempenhado com a participação do Laboratório de Ecologia e Evolução da Universidade do Vale do Taquari – Univates, que dá suporte à pesquisa, definindo as metodologias e técnicas a serem empregadas neste tipo de levantamento. A Universidade também dá acesso a publicações científicas e utiliza resultados no incremento do banco de dados relacionados à ecologia das espécies dentro do Vale do Taquari.
Na prática
Para conseguir mapear as espécies de aves, Leo Jaime Vargas, realiza caminhadas e fotografa em locais previamente estipulados, registrando em uma planilha. São sete locais: mata com espécies nativas, mata de eucalipto, açude, casa do estudante no bairro Coqueiros, área industrial, Lagoa Armênia e Praça da Matriz. “Cada local se refere a ambientes que apresentam condições e recursos diversos, sugerindo serem ocupados por diferentes espécies de aves”.
Dentro do método de pesquisa, ele permanece entre 30 e 45 minutos em cada local, visitando-os com uma frequência regular.
O número de pássaros encontrados são submetidos a programas estatísticos que fornecem dados ecológicos sobre a avifauna, quanto a distribuição, comportamento e características dos animais. A ave é identificada através de um banco de dados digital, onde estão catalogados os pássaros de todo o Brasil. “Esses dados contribuirão para a escrita de um artigo científico e também para um catálogo que pretendo fazer sobre as espécies que encontrei”, revela o estudante.
Uma das grandes descobertas do pesquisador é ter encontrado uma espécie que é classificada como quase ameaçada de extinção, o cais-cais. “Que é um passarinho que se alimenta de pequenos frutos, encontrado na estação experimental no ponto de mata com espécies nativas. Cais-cais ou Euphonia chalybea, Mikan 1825. Esse é o nome científico e o autor que descreveu a espécie”, explica.