Em uma volta pela Área Municipal de Camping durante o verão, o jornal O Fato recebeu diversas reclamações quanto à infraestrutura do local. A falta de água e luz e a precariedade dos banheiros incomodam quem frequenta a área, conhecida por Capão.
O local é um dos principais atrativos de lazer durante o verão no município. Os moradores do Passo da Aldeia, Teresinha Azevedo de Souza, 54 anos, e Carlos de Souza, 55 anos, há mais de duas décadas, passam alguns dias na área de camping durante a estação mais quente do ano. Eles gostam tanto da tranquilidade em meio à sombra e das águas do rio Taquari que, mesmo sem água, luz e banheiros, não deixaram de acampar no local em 2019. “Eu vou em casa todo dia tomar banho, carregamos água de balde do rio, mas eu não vou deixar de vir. Isso aqui é o meu verão, meu paraíso. Tem gente que diz que as pessoas vêm para cá para economizar luz e água,eu to aqui no escuro, mas eu valorizo o que a minha cidade tem, eu não gosto de praia”, relatou Teresinha. Ela e o marido têm um motor home, mas dizem que não possuem ar condicionado e não se importam em pagar pela água e luz que consumirem durante o período em que utilizarem a infraestrutura pública. “Eles tinham que oferecer um ponto com água, não precisava ter torneira espalhada para não ter desperdício, e cobrar por pessoa e por equipamento que tiver na barraca, porque tem gente que passa o verão todo com freezer, geladeira e ar condicionado ligados, sem pagar. A gente não quer isso. Eu já trouxe vaso para colocar nos banheiros daqui, a gente limpa, cuida, mas no momento não tem nem descarga lá”, contou Carlos. Para ele, a prefeitura deveria construir um quiosque no local, com churrasqueiras e um ponto de água, e cobrar diária dos usuários, como ocorre em outros locais.
A moradora do bairro Olaria, Elenita Labres, 67 anos, e a do Colônia Vinte, Luciana Beatriz da Silva, 46 anos, também estavam no Capão procurando um lugar para acampar. Elas planejavam passar uns dias em uma barraca na área de camping, mas também gostariam que tivesse uma melhor infraestrutura. “Isso aqui nunca ficou sem água e sem luz no verão, é a primeira vez”, disse Luciana. A amiga Elenita relatou que as duas comprariam um galão de água mineral e trariam um liquinho para o acampamento. “Não temos condições de ir em casa todo dia, porque não temos carro. O prefeito tem que pensar em quem não pode ir para a praia, não dá para ligar água e luz só na época do rodeio”, considerou Elenita.
O que diz a Prefeitura
Através de sua assessoria de imprensa, a administração municipal se manifestou sobre o assunto. “Não temos dinheiro. Devido à crise e ao atraso de repasses, a administração municipal não tem recursos para oferecer infraestrutura. Só na área da saúde o Estado nos deve cerca de R$ 1 milhão, o que nos obriga a priorizar os recursos para estas áreas. Em outros anos realizamos reparos na área, mas, infelizmente muitas dessas melhorias não duraram sequer uma semana. Os banheiros são exemplos. E a prefeitura não cobra taxa para quem acampa lá (mesmo permitido por lei) e muitos se aproveitavam disto com ônibus, com ar condicionado e freezer durante o verão todo, sendo que a conta era paga pela Prefeitura”.