Os trabalhos do Legislativo no ano de 2019 serão comandados pelo vereador Carlos Dutra (PP). Eleito por unanimidade durante sessão na noite da quinta-feira, 20, o progressista assumirá pela segunda vez o cargo de presidente da Câmara. Em 2013, Carlos já havia assumido a presidência da Casa. Em entrevista a O Fato, ele destaca que a união entre os vereadores e o Executivo para desenvolver um trabalho conjunto, em harmonia, está entre as principais metas de sua gestão.
Na própria eleição para a mesa diretora da Câmara, esta união já começou a ser colocada em prática. Segundo informações da Casa, é a primeira vez que há uma eleição unânime em que a mesa é composta por integrantes de todas as coligações que disputaram o pleito de 2016.
Além do presidente Carlos Dutra (PP), a mesa é formada pelo vice-presidente Solferino Alves (PP), 1º secretário, Ricardo Kochen (MDB), 2º secretário, Cenilda Cassol (PSB). Além destas siglas, têm representatividade na Câmara o PSDB e o PDT, que apoiaram a chapa apresentada na eleição.
O Fato – Quais são seus objetivos como presidente do Legislativo?
Carlos Dutra – Aproximar o Legislativo do Executivo, a fim de que possamos unificar as forças. Criar canais de aproximação com os munícipes, para que a linguagem seja a mesma, entre o que o povo espera do vereador e o que podemos realizar e/ou estamos fazendo. Ser o elo entre os vereadores e as bancadas, a fim de que, mesmo divergindo em ideias, consigamos manter a Câmara mais unida possível, pois será um grande ano e precisamos estar prontos para desempenhar o nosso papel sem partidarismo, pensando somente no que é mais importante para o município.
O Fato – Como fica a relação da Câmara com o Executivo em 2019?
Carlos Dutra – A Câmara tem mantido relação de respeito ao Executivo e nunca houve distanciamento. Porém, este ano já deixamos bem claro que seria o ano da união, e aproximação. A própria eleição da mesa diretora e a composição dela já foram planejadas para isso. Pela primeira vez na história, está sendo formada mesa diretora com membros de todas as coligações que disputaram a eleição anterior. A votação de forma unânime confirma que todos estão engajados no mesmo objetivo. Tenho certeza de que o executivo vai também fazer sua parte para que possamos quebrar os tabus e as barreiras que por muito tempo separavam e faziam os discursos serem de união, mas na prática ser cada um para si.
O Fato – Com o fechamento do hospital em 2013, a comunidade de Paverama passou a ser assistida por casas de saúde de outros municípios, que, especialmente nos últimos meses, têm restringido serviços em funções de atrasos em repasses do governo do estado. Além disso, o fechamento do posto de Fazenda São José, sem data para reabertura, comprometeu ainda mais os atendimentos de saúde aos moradores de Paverama. Como o Legislativo vê a situação da Saúde em Paverama? Quais os principais problemas? Como a Câmara pode auxiliar nas demandas?
Carlos Dutra – A crise de recursos do país e principalmente do estado, no caso de recursos que deixam de chegar às prefeituras e hospitais, afeta todos os municípios. Paverama, em especial, sofre mais pelo fator de a arrecadação não aumentar na proporção que aumentam os custos. Vejo o esforço da secretária, do Executivo e dos colaboradores da saúde em fazer o melhor possível, e sei que tão logo consigamos melhorar a arrecadação, será feito ainda mais pela população. Porém, em épocas de poucos recursos, é preciso administrá-los e tentar utilizar da melhor forma possível. O posto da Fazenda São José deverá retomar as atividades em março, como nos demais anos. Para a Câmara, cabe ser parceira em levar críticas construtivas que recebemos da população até a secretaria da Saúde e ver a viabilidade de tais sugestões e, em caso de não haver disponibilidade de tais sugestões, informar para a população a real situação, para manter um ambiente de transparência entre o Executivo e a população.
O Fato – Em 2017, explosões a agências bancárias e assaltos ao comércio deixaram a população de Paverama amedrontada. Em 2018, estes problemas com segurança pública foram amenizados? Como o Legislativo pode auxiliar nesta questão?
Carlos Dutra – Acredito que, as medidas tomadas pela secretaria de Segurança do Estado, tenham nos dado um pouco mais de assistência, pois a pedido dos vereadores juntamente do executivo, passamos a ser assistidos por Teutônia em casos de necessidade de apoio. A Brigada local também tem sido muito efetiva, conseguindo antecipar alguns acontecimentos e isso passa a dar mais confiança na população que tem ajudado mais, fazendo denúncias e avisando quando entendem haver qualquer atividade suspeita.
O Fato – O fechamento da Laticínios Frizzo deixou dezenas de desempregados no município. A Câmara tem informações se há empresas interessadas em se alojar no local? Os vereadores realizam tratativas com empresas interessadas em vir para o município? Como o Legislativo pode auxiliar na geração de emprego em Paverama?
Carlos Dutra – O fechamento de qualquer empresa deixa todos apreensivos e esta em especial, pois já tivemos experiência de ver aquela empresa produzindo em alto nível e a quantidade de pessoas que trabalhavam na época. A estrutura que se encontra na unidade é sensacional e temos certeza de que logo se estabelecerá uma nova unidade de produção de laticínios naquela planta. O Legislativo não tem, atualmente, núcleo de vereadores que visitam ou atuam nesta área, mas no próximo ano criaremos estruturas para ajudar o Executivo e a secretaria de Indústria e Comércio na captação de novas empresas, bem como realizar visitas de rotinas nas empresas já instaladas no município.
O Fato – Nos últimos anos, vereadores viajaram a Brasília em busca de recursos para o município. Em quatro anos, os gastos com viagens no Legislativo chegam a quase R$ 40 mil. Você acredita que estas viagens deram retorno para o município, foram conseguidos recursos? Como você procederá em relação a viagens a Brasília? Você pretende ir ou autorizará algum vereador a ir ao Distrito Federal?
Carlos Dutra – Eu sou totalmente favorável às viagens a Brasília. Paverama tem recebido inúmeras emendas parlamentares de deputados de vários partidos, e estas vêm através de pedidos de representantes de seus partidos, sejam eles vereadores ou prefeito e vice-prefeito. Muitas vezes, o recurso levam dois ou três anos até serem liberados, mas se não for feito o pedido ou dado o primeiro passo, nunca virá. Para estes R$ 40 mil em viagens a Brasília, retornaram ao município mais de R$ 1 milhão em recursos e emendas de pedidos dos vereadores. Se depender de mim como presidente da Câmara, vou incentivar as viagens. Estrategicamente nos dois primeiros anos, foram liberadas viagens para vereadores que pertenciam a partidos com mais influência no governo federal, e este ano seguirá o mesmo critério. A meu ver, um vereador não pode passar um mandato sem ir a Brasília, seja com recursos próprios ou bancados pela Câmara. Isso porque, na atual estrutura política do país, tudo parte de Brasília, e não tem como não conhecer para entender como as coisas funcionam por lá. Isso também é necessário como forma de podermos dar o resultado que as pessoas esperam da gente como vereador.