A pensão Tia Horaida, localizada na rua Albino Pinto, está em atividade desde 1989. O empreendimento iniciou quando a proprietária, Horaida Pereira, deixou o trabalho de 25 anos na Móveis Eloy Kern para investir em uma loja de roupas. Ela, recém-casada, desejava ter filhos e precisou de repouso, por isso trocou o emprego. Com a indenização, ela e o esposo, Nélson Pereira, compraram o terreno e abriram a loja. Mantiveram a empresa por cerca de 10 anos, com o nome Loja Horaida.
Paralelo a isso, Nélson trabalhava na empresa Satipel (atual Duratex) e, como sofreu um acidente, aposentou-se por invalidez e ficou na loja com a esposa. “Mas ele achava que a loja era um emprego para mulher, por isso dividiram o espaço e abriram uma lancheria”, conta a filha, Ana Paula Pereira.
Anos mais tarde, construíram uma nova casa na parte da frente do terreno e o local onde residiam ficou ocioso. “Não sabíamos o que fazer com o espaço, se alugavam, mas eles (os pais) achavam ruim por ser muito perto da residência do casal”, lembra Ana Paula. Então, desgastados com a loja e a lancheria, decidiram abrir a pensão da Horaída. “Viram que daria para unir o útil ao agradável e acabaram fechando a loja. Fizeram os quartos e abriram a pensão”, completa. Por muitos anos, eram servidas três refeições.
Com 29 anos de atividade, o espaço serviu de residência para muitos hóspedes, especialmente, empregados de prestadoras de serviços nas indústrias de Taquari. Alguns chegaram a ser considerados membros da família pela relação de amizade que desenvolveram. “Teve um funcionário que morou nove anos aqui”, lembra. Ana Paula conta que, como ficaram trabalhando tempo no município, os colegas dele saíram da pensão, alugaram casas, inclusive ele trouxe a família para Taquari. Porém, não se adaptou por ser longe dos demais familiares e o empregado voltou para a pensão, onde permaneceu por nove anos, visitando as famílias apenas nos finais de semana. Outro hóspede era italiano e estava em Taquari para um estágio em uma empresa de provedor de internet, mas pouco se comunicava em português, lembra Ana Paula, como um fato curioso da história da hospedagem.
O serviço de servir as refeições, que exigia muito trabalho, encerrou quando Horáida ficou doente.
Ela faleceu em 2007, aos 74 anos. O esposo ficou cuidando do empreendimento mas, conforme a filha, por estar adoentado, não conseguia se dedicar como seria necessário e a clientela teve uma queda. Em 2011, Nélson faleceu, aos 77 anos, e a empresa passou a ser administrada pela filha, que é formada em técnico em enfermagem. “Eu não tava me planejando para o que iria acontecer e o que faria no futuro”, salienta. A empresa disponibiliza 10 quatros e os aluga por dia ou mês.