No último sábado, após realizarem pedágio no Centro do município, os integrantes da Congregação Casa de Davi começaram a trabalhar na área de terra cedida pela prefeitura de Taquari à entidade. Eles fizeram limpeza e colocaram uma faixa identificando a presença da comunidade terapêutica no local. A ideia é que, em 2019, comece a construção do prédio, onde ficarão as alas, refeitório e demais instalações necessárias para começar o tratamento de dependentes químicos.
A instituição atua há nove anos em Triunfo e agora passará a contar com outra unidade, situada no Rincão São José. Em contrapartida à terra cedida pela Prefeitura de Taquari, a entidade concederá 10 vagas para internação de pessoas do município. Após, será proposto um contrato com a Administração Municipal para a manutenção de internações.
De acordo com o presidente da Casa de Davi, Marcelo Leandro Pereira de Souza, a Prefeitura está elaborando a planta do prédio para a instituição. O objetivo da congregação é construir as instalações, que são projetadas em cerca de R$ 500 mil, com ajuda da comunidade, através de doações de materiais de construção, e com promoções feitas pelo grupo. “A gente vai buscar doações junto ao comércio, com pessoas físicas. Em Triunfo, temos hoje uma estrutura avaliada em cerca de R$ 3 milhões, tudo construído com ajuda da comunidade. Hoje, nós já temos um nome, já temos experiência, as pessoas conhecem nosso trabalho, então eu não vejo dificuldade de nós construirmos aqui”, contou. A obra em Taquari deve começar em 2019. Assim que estiver concluída, o grupo pode iniciar as operações no município.
Segundo o presidente da entidade, a congregação atualmente tem cerca de 30 internos na unidade de Triunfo, através de convênios com a prefeitura local e o Governo do Estado, além de internações particulares. Há em torno de cinco taquarienses em tratamento no local. O custo do tratamento é de R$ 1,7 mil mensais, no entanto, nos convênios com o poder público, o repasse é aquém deste valor, ficando em torno de R$ 1 mil. O grupo realiza vendas e promoções nos municípios dos internos para arcar com esta diferença. “A gente tem responsabilidade de dar assistência médica, assistência psicológica, inclusive nós temos na nossa sede atendimentos de médicos e psicólogos, quatro alimentações por dia, todo o material higiênico e a acompanhamento deles, 24 horas por dia”, explicou.
A internação é de 6 meses, com visitas de familiares a cada 15 dias. Além do tratamento para dependência química, os internos precisam realizar diversas atividades, como a manuteção e limpeza da comunidade, além de participarem de oficinas de artesanato, plantio, esporte, música, leitura, vídeo, entre outros. “Temos diversas atividades e a laboterapia diária, que é organização do próprio ambiente onde eles convivem. É diferente de clínica, onde colocam num quarto e dão toda a assistência. Aqui é comunidade terapêutica, tem que lavar a roupa, cozinhar, plantar, fazer instalação elétrica, e assim vamos nos revezando. Temos salas amplas de informática, parceria com o Senar para dar cursos. Os alunos ganham certificado dos cursos, vai para pasta deles e, quando concluem o tratamento, já levam os certificados. Podem apresentar em algum lugar que eles busquem emprego depois”, relatou o presidente.
A congregação não é ligada a nenhuma igreja, mas segue a doutrina evangélica e conta com cultos durante o tratamento dos dependentes. São aceitos internos de qualquer religião ou credo.