De acordo com o comandante do Primeiro Batalhão Ambiental da Brigada Militar de Estrela, Dari Júlio Scherer, uma comunicação de ocorrência foi encaminhada para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), envolvendo uma denúncia contra Marcos Antônio de Azevedo. Marquinhos, como é conhecido, é ex-vereador de Tabaí e atual secretário de Agricultura da prefeitura do município.
Conforme entrevista concedida por Scherer a O Fato Novo, na terça-feira, dia 3 de julho, a Patrulha Ambiental foi até a propriedade de Marquinhos no dia 19 de junho, localizada na Vila Tabaí, após uma denúncia. Lá foi constado que 16 árvores do bioma da Mata Atlântica, de grande porte, considerada mata nativa secundária, foram derrubadas. O policial não soube precisar as espécies, mas diz que a Mata Atlântica da região é composta, geralmente, por caneleiras, camboatás e chal-chal.
O comandante diz que Marquinhos foi ouvido no local e que admitiu o corte para abrir uma estrada. O secretário de Agricultura teria afirmado que havia contratado uma bióloga para licenciar o corte, mas que não possuía tal licença. Foram derrubadas árvores de uma área de dois mil metros quadrados. Para ter permissão ou não para este tipo de corte, é necessária uma avaliação que respeita a legislação de Proteção ao Meio Ambiente.
Conforme Scherer, está sendo feito um relatório de crime ambiental, será oferecida denúncia ao Ministério Público de Taquari, assim como será realizada uma investigação pela Polícia Civil de Tabaí. “Apuração de responsabilidade civil, administrativa e criminal”, salienta o comandante.
“Fui um pouco afoito”
Em entrevista a O Fato Novo na terça-feira, dia 3 de julho, o secretário de Agricultura Marcos Antônio de Azevedo, confirmou que a Polícia Ambiental esteve em sua propriedade no dia 19 de junho e que ele estava limpando uma área de terra. Ele admite que não tem licença para cortar as árvores. “Eu fui um pouco afoito na verdade. Estava com pressa de fazer o serviço, cercar a área e fazer uma estrada”. Marquinhos também admite que sabia que estava cortando Mata Atlântica. “Sabia que era mata nativa, tinha procurado uma bióloga para fazer a licença e repor. Meu objetivo era fazer o projeto e repor, não era destruir”. Sobre o número de árvores, Marquinhos diz que no máximo foram 16. “ Mas até acho que foi 12”. De acordo com o secretário de Agricultura, a Polícia Ambiental pediu que ele parasse o serviço e esperasse a licença. Marquinhos diz não saber sobre as denúncias nas esferas civil, administrativa e criminal contra ele.
Máquinas na Prefeitura
O secretário afirma que utilizou uma retroescavadeira da Prefeitura de Tabaí, através do seu talão de produtor rural. Conforme o secretário, existe um convênio em que os proprietários pagam pela metade da hora de máquina utilizada. Ele solicitou cinco horas de trabalho da retroescavadeira, que custa, integralmente, R$ 60,00 a hora, mas com o desconto pagou R$ 300,00. “Tenho documentos e recibos que provam isso”, salientou o secretário.