O Departamento de Meio Ambiente recebeu, no início do mês, o resultado das amostras recolhidas no último Levantamento de Índices Rápido (Lira), realizado em maio pela equipe de combate a endemias e agentes comunitários de saúde.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, mais de 800 locais foram visitados para investigar a presença de larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya. A ação mobilizou 23 servidores que atuaram no recolhimento de amostras durante cinco dias, em quarteirões definidos através de sorteio pelo Ministério da Saúde. As amostras recolhidas foram enviadas para a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde, em Lajeado, para análise. Foi constatada a presença de larvas do mosquito em quatro pontos de foco, todos no bairro Prado. De acordo com os critérios de avaliação adotados pela 16ª CRS, mesmo que com baixo número, a disposição e a localização de focos no município mantém o município na classificação de “infestado”.
No levantamento realizado em março, foram contrados focos, na fase de pupa, no Boa Vista 2.
Taquari foi enquadrado na condição de infestado em junho de 2016, quando foram localizados dois focos do Aedes aegypti.
Os focos encontrados tanto em 2016 quanto os recentes não estavam contaminados pelo vírus transmissor das doenças.
Um novo levantamento será realizado em agosto. Hoje são três agentes de combate a endemias e os agentes comunitários de saúde atuam na eliminação dos pontos de proliferação.
De acordo com a agente de campo e responsável pelo levantamento, Cláudia Helena da Silva, a equipe já atuou no reforço do alerta aos moradores. “Ao recolhermos as amostras já solicitamos às pessoas que façam a limpeza dos seus terrenos e que evitem o desenvolvimento de focos”, salientou.
Ações de prevenção devem continuar
A chefe do Departamento de Vigilância Sanitária, Maria Izabel Appel, destaca que mesmo no frio as ações de prevenção devem ser mantidas. “Em qualquer quantidade de água, mesmo que em uma tampinha de garrafa, se os ovos do mosquito estiverem ali e houver condições de calor, mesmo no inverno, ele vai se desenvolver igualmente. O frio não desestabiliza os ovos, que podem ficar muitos dias podendo eclodir”, afirma.
Outra questão que temos em Taquari é a migração. “Vêm caminhões do nordeste, os estudantes vão para cidades que estão mais infestados que nós e estão sujeitos a trazer esses ovos até no calçado, que pegam umidade e eclodem”, diz. Por isso é importante, ressalta Izabel, manter o cuidado com o condicionamento de resíduos e onde serão dispostos. “A piscina e a caixa das máquinas, que acumulam água, têm que continuar o cuidado. “Só tem uma forma de reduzir a infestação, que é diminuindo os criadouros para não ter onde o mosquito se desenvolver”.
Sem focos de mosquito na São Francisco
Semanalmente, os agentes que atuam na prevenção reúnem-se para avaliar o trabalho. Uma situação que chamou a atenção dos agentes foi o fato de não haver nenhum foco do mosquito na Comunidade São Francisco, onde há muitos catadores de lixo. “Não tinha larva nem pupa. Um local onde tem muito lixo e vemos a importância do trabalho do agente comunitário de saúde”, diz Izabel. Para o agente de combate a endemias, Ed Marcos Silveira, não há criadouros porque o acúmulo de material é dimâmico. “Acumula mas não dá tempo de criar. Observou-se que eles têm uma preocupação. Mas o serviço público se intensifica e as agentes de saúde fazem este serviço mais aprofundado, por isso não achamos nada”, avalia.