A movimentação de pessoas em um prédio da prefeitura na avenida Ceci Leite Costa, bairro Santo Antônio, chamou atenção da comunidade. Nos últimos dias, a administração municipal recebeu diversas denúncias a respeito da ocupação irregular do local. As instalações, que eram utilizadas até 2015 pelo CTG David Canabarro, hoje abrigam uma família.
O casal Giovana Olinda de Souza, 50 anos, e Leandro Moura de Azevedo, 38 anos, mora no prédio há um mês, junto de dois filhos de Giovana, um menino de 12 anos e uma adolescente de 15 anos. Também habita o local, em que não há luz, nem água encanada, o namorado da jovem, de 19 anos. A família conta que morava de aluguel, pelo valor de R$ 250, enquanto Leandro trabalhava como cortador de mato. Após perder o serviço, o homem começou a catar materiais recicláveis para o sustento da casa. O dinheiro não era suficiente para o aluguel e as despesas básicas, como alimentação, e eles acabaram se mudando para uma residência destelhada e abandonada no Leo Alvim Faller, e, por último, em outra casa abandonada na São Francisco. “Nos mandaram sair”, conta Leandro. Sem ter para onde ir, a família passou a residir no prédio do antigo CTG David Canabarro. Eles possuem alguns colchões e um fogão improvisado. Os filhos menores de idade que estão no local frequentam a Escola Municipal Emílio Schenk.
Assistência Social acompanha o caso
O coordenador de Assistência Social, Felipe Reis, informou que a pasta acompanha o caso há duas semanas e tem visitado a família no prédio do CTG e realizado reuniões para buscar uma solução. Entre as possibilidades encontradas, está o encaminhamento dos familiares para a casa de uma filha de Giovana, que reside em Montenegro. A jovem de 19 anos está grávida do terceiro filho. A Assistência Social conversa com ela para analisar se há espaço para abrigar os cinco moradores do CTG David Canabarro. Felipe Reis também relatou que a pasta está tentando auxiliar Leandro na busca por um emprego para que consiga pagar um aluguel. “A gente está fazendo tudo o que é possível enquanto Assistência Social, para buscar uma solução. Não queremos tirar eles dalí e colocar na rua, ainda mais com crianças”, disse o coordenador.
Paralelo a isso, a Assistência Social averigua a situação da casa na São Francisco em que a família morou por alguns dias. A princípio, o local está sem moradores fixos e a prefeitura analisa a possibilidade de tentar reaver a propriedade para que seja novamente destinada aos inscritos no programa Minha Casa Minha Vida. Giovana e Leandro estão na lista de espera. No entanto, há outros 300 inscritos e tem que ser realizado sorteio para a destinação da casa.
Situação semelhante já foi resolvida
Além da família, outro homem chegou a residir no CTG David Canabarro. Ele tinha dependência em álcool e era natural de Montenegro. A Assistência Social conseguiu contato com a filha dele, que o levou para sua casa. O homem iniciou tratamento contra o alcoolismo em Montenegro.
O prédio
A área de terras em que está situado o prédio do CTG David Canabarro pertence à prefeitura de Taquari. O local foi cedido ao CTG em 1982. Após a cessão, além do galpão, foram construídas duas casas, que acabaram sendo vendidas a terceiros pela patronagem do CTG. Em 2005, o município ingressou com ação judicial para reintegração de posse da área, sendo que, em 2008, houve decisão favorável à prefeitura, determinando a saída voluntária dos moradores que estivessem ocupando o local. A reintegração de posse foi cumprida em fevereiro de 2015, com a presença da Brigada Militar, oficial de Justiça e administração municipal. Desde então, o galpão e as residências estão desocupados.