O mecânico Juventino Francisco da Silva, mais conhecido pelo apelido de Tico, nem pensa em parar de trabalhar. Aos 88 anos, ele atende de segunda-feira a sábado em sua oficina, na rua Campo Romero, 875, ao lado do filho Gilberto Carlos da Silva, 52 anos, e do neto Rodrigo Neves, 38 anos.
Não pretendo parar, enquanto eu enxergar, vou trabalhar. A gente se criou trabalhando, faz parte da vida, faz bem para o corpo e para o bolso. É um exercício”, contou, enquanto trocava o óleo de um carro. Ao ser questionado se não preferia ficar em casa, curtindo a aposentadoria, Juventino é categórico: “Deus me livre, em casa é uma cadeia, eu tenho que estar aqui trabalhando”, brincou.
Há 20 anos, ele comanda a oficina Rodabem, mais conhecida por oficina do Tiquinho. No entanto, o trabalho como mecânico começou ainda na adolescência. Juventino conta que residia em Tabaí, e seus pais trabalhavam na roça. Por não gostar do serviço no campo, aos 12 anos passou a morar em Taquari, junto com Almerindo Flores e sua esposa Geni, onde começou a estudar e auxiliar na oficina mecânica da família. “Eu queria vir para cidade, aprender a dirigir e ser mecânico. Fiquei 14 anos ali com eles, foram gente muito boa para mim”, contou.
Depois da mecânica da família Flores, Juventino passou a trabalhar na oficina de móveis do Eloí Kern, onde ficou por mais 14 anos. Teve alguns empreendimentos próprios e, em 1986, após fazer um curso de mecânica de radiadores, passou a se dedicar novamente à área. Na época, a oficina funcionava na rua Antônio Porfírio de Menezes Costa, no Loteamento Figueira, e já contava com a ajuda do filho de Juventino, Gilberto Carlos da Silva, o Tiquinho. “Nós começamos trabalhando na rua, não tinha cobertura”, lembra Juventino. Em 1997, os netos também entraram no negócio e a oficina passou para a rua Campo Romero, onde foi construído o prédio próprio.
O mecânico diz que se orgulha dos filhos e netos buscarem seguir a profissão e conta que quer ampliar o negócio. “Eu tenho muita vontade de deixar eles melhor, mais equipados, antes de eu morrer. Eu tenho ideia de construir mais para os fundos, aumentar a oficina”, contou.