Taquari ainda não conseguiu resolver o problema do lixão. A Área de Transbordo de Resíduos Sólidos, situada no bairro Pinheiros, foi interditada em agosto de 2016 e não deve receber mais resíduos, no entanto, permanece com grande acúmulo de lixo a céu aberto, sobre o solo. O local deveria apenas armazenar o material coletado nas residências, em ambiente protegido e sem contato com o solo, até ser transportado a um aterro sanitário licenciado, em Minas do Leão.
Foi a própria prefeitura que interditou o local em 2016 e passou a pagar a empresa Ecotrat, situada na localidade de Catupi, em Triunfo, para realizar o transbordo do lixo coletado em Taquari. De acordo com a administração municipal, a limpeza emergencial ainda não foi realizada por falta de verba. “Estamos buscando parcerias que tornem a efetiva limpeza viável em razão dos elevados custos. O Plano de Recuperação de Área Degradada (Prad) tem valores bastante altos”, explicou a coordenadora municipal de Meio Ambiente, Marília Souza. A prefeitura não informou o valor estimado para o serviço. Também não foi feita a análise de contaminação do solo no local.
Nesta semana, o jornal esteve na área. As montanhas de lixo estão cobertas por vegetação. O portão de acesso à área de transbordo está fechado. Pela rua lateral, é possível acessar os fundos da área. Um novo lixão está se formando na região. Há diversos montes de galhos e podas de árvores, restos de móveis, sacolas plásticas e uma grande quantidade de plástico bolha e itens utilizados para proteção de móveis, como canaletas de plástico e fitas.
A prefeitura diz que não tem conhecimento do lixão clandestino. “Várias medidas já foram adotadas no sentido de proibir a entrada no local e, consequentemente, o despejo irregular de resíduos. No entanto, todas foram burladas, com furto de cadeado e quebra de portão, por exemplo”.
O lixo coletado em Taquari continua sendo levado para a empresa Ecootrat. São pagos R$ 11.988,00 mensais pelo serviço, segundo a administração municipal. Além disso, a prefeitura paga R$ 113.525,84 mensais à Conesul, que realiza a coleta na zona urbana, e R$ 9.939,18 para a Transportadora Medeiros e Castro, que faz a coleta na zona rural. Também são pagos à Dartora, empresa que realiza o transporte do lixo de Catupi para Minas do Leão, R$ 60,80 por tonelada transportada; e para a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos, que administra o aterro sanitário licenciado, R$ 84,63 por tonelada depositada no local. A média da produção mensal de lixo no município é de 380 toneladas.
Conforme dados do Tribunal de Contas do Estado, somente em 2018, a prefeitura gastou R$ 1.910.238,00 com destinação dos resíduos sólidos. Já a taxa de coleta do lixo, cobrada junto ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), arrecadaria o valor de R$ 692.416,53 em 2018, se todos os contribuintes tivessem pago. No entanto, de acordo com a secretaria municipal da Fazenda, apenas R$ 369.632,60 foram arrecadados.