Em reunião extraordinária do Conselho Municipal de Saúde, realizada na noite da segunda-feira, 8, a diretoria do Instituto Núcleo de Apoio às Políticas Públicas (Inapp) fez uma prestação de contas das despesas e trabalhos realizados de maio a setembro, na unidade de Taquari. O Instituto assumiu, emergencialmente, a administração do Hospital São José em 11 de maio de 2018, por seis meses. Esse contrato encerra em 14 de novembro.
Após a apresentação dos dados, a diretora financeira do Inapp, contadora Carmem de Fraga, falou que o instituto tem interesse em continuar prestando o serviço, mas que é preciso rever o contrato. Ela justificou que o valor de R$ 417.759,17 repassados pela prefeitura é insuficiente para arcar com todas as despesas. “Temos interesse em continuar, desde que as coisas sejam revistas. Não dessa forma. Não temos como fazer nada sozinhos. Precisamos do comprometimento da prefeitura. Estamos convidando o conselho e a prefeitura para sentar e conversar. Querem o Inapp aqui? Esta é a questão. Querem outra OS (Organização Social)? Terão os mesmos problemas. Queremos que dê certo, mas do jeito que tá, de jeito nenhum”, afirmou. Ela falou ainda da necessidade de resolver a situação logo.
A assessora jurídica da prefeitura, Etiene Marques, interferiu lembrando que o instituto aceitou a proposta da Prefeitura, durante a audiência pública na Câmara de Vereadores, em maio, que reuniu as duas instituições que tinham manifestado interesse em administrar o hospital. “A proposta foi apresentada nestes moldes e foi aceita”, destacou Etiene. Também representando a prefeitura, Pedro Ramos disse que naquela ocasião o instituto garantiu que tinha aporte financeiro para eventual falta de recurso.
A diretora financeira acrescentou que parte das pessoas que estiveram no município negociando está afastada do Instituto e que desconhece quem poderia ter “dito isso”. Ela justificou ainda que o instituto teve despesas extras, como a terceirização do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), da lavanderia e com a troca do servidor de informática.
Ela citou, ainda, que em setembro recebeu um ofício da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) solicitando a adequação do quadro de saúde mental do hospital, com a contratação de oito técnicos em enfermagem e um enfermeiro, 40horas, com dedicação exclusiva, no valor aproximado de R$ 28 mil mensais. A resposta do instituto à coordenadoria foi que a prefeitura seria oficiada sobre a situação.