A direção do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (UGEIRM) esteve, na quinta-feira, dia 7, em Taquari, onde verificou as condições de trabalho dos Policiais Civis da cidade. A direção do Sindicato foi recebida pelos agentes locais, que relataram uma série de problemas que a categoria vem enfrentando em Taquari, entre eles, as dificuldades com a permanência e a transferência de presos.
Conforme os policiais, a cidade de Taquari não conta com uma Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA), sendo a mais próxima em Lajeado. Portanto, a Delegacia de Polícia de Taquari não dispõe de estrutura para abrigar presos por um tempo maior do que o necessário para os procedimentos da Polícia Civil. Conforme o Sindicato, a única cela da delegacia não tem banheiro, e o espaço é completamente exíguo. Segundo os policiais, quando algum preso chega na Delegacia, logo se começa a busca por vaga em algum presídio da região. Como a realidade no Rio Grande do Sul, hoje, é a de superlotação dos presídios, segundo os policiais, a abertura de uma vaga, muito raramente, acontece no mesmo dia. Com isso, os policiais são obrigados a levarem o preso para a cidade de Lajeado, sede da regional à qual Taquari está ligada e que fica a mais de 50 km de distância. Quando a vaga aparece, os servidores são obrigados a ir até Lajeado, buscar o preso e, depois, transferi-lo para o presídio onde abriu a vaga, geralmente em Sapucaia do Sul. Todo esse trâmite, segundo o Sindicato, leva, por vezes, os policiais a dirigirem até 400 km. Além do tempo gasto, o custo com a prisão de apenas um detento, ainda conforme o Sindicato, chega a 50 litros de gasolina, mais o desgaste das viaturas. O Sindicato ressalta, ainda, que esses servidores não recebem hora extra e executam esse trabalho, na maioria das vezes, fora do seu horário normal de expediente.
De acordo com o Sindicato, a solução apresentada pelos policiais é simples e não demandaria nenhum custo para o Estado, ao contrário, representaria uma considerável economia de tempo e de dinheiro. Segundo a direção do UGEIRM, Taquari e Tabaí são as únicas cidades da região vinculadas à Vara de Execução Criminal (VEC) de Novo Hamburgo. Com isso, tanto Taquari quanto Tabaí ficam impossibilitadas de transferir os presos para algum presídio da região. A reivindicação dos policiais de Taquari e Tabaí é que as duas cidades passem a fazer parte da VEC de Santa Cruz do Sul, possibilitando, assim, que os presos sejam transferidos para presídios que estão localizados na região de Lajeado ou o mais próximo possível. Com isso, um processo, que atualmente leva dias, passaria a ser concluído em poucas horas.
A direção da UGEIRM ouviu os relatos e disse que encaminhará a questão à Chefia de Polícia em busca de uma solução definitiva, com a transferência de Taquari e Tabaí para a VEC de Santa Cruz do Sul. O presidente do Sindicato, Isaac Ortiz, ficou espantado com a realidade relatada na reunião. “Além da sobrecarga habitual de trabalho, esses policiais estão submetidos a uma situação absurda. O encaminhamento de um único preso pode ocupar até três policiais durante dias. Além de significar um desgaste desnecessário, a população também é atingida, ao ter os serviços prestados pela polícia prejudicados com a redução de policiais disponíveis para o atendimento. Outra questão que tem que ser destacada é quanto aos gastos com toda essa operação. A cota de combustível é insuficiente para cobrir os gastos com gasolina para a transferência dos presos e o Estado está tendo um gasto desnecessário. Isso tem que ser resolvido o mais rápido possível”, conclui Ortiz.