Outra aposta da fruticultura tem sido a produção de pitayas. A planta chega a produzir sete camadas de frutos por ano e é mais uma forma de diversificação de cultura aplicada na região. Dando continuidade à série iniciada por O Fato, na semana passada, com as produtoras de morangos, nesta edição, confira o cultivo da pitaya em Paverama, na propriedade de Elédio Pereira de Vargas, 51 anos, e na Fazenda Lengler, em Taquari, na chácara de Paulo Renato Couto de Almeida, 67 anos.
Em Paverama, 1.800 pés em produção
Com 35 hectares na produção de madeira, a pitaya veio para diversificar a propriedade de Elédio Pereira de Vargas, 51 anos, em Paverama. Há quatro anos ele cultiva a fruta, que é escoada a estabelecimentos comerciais no Vale do Taquari e direto na propriedade, às margens da VRS-835, na localidade de Pedra Grande.
Com 1.800 pés, a fruticultura representa pouco mais de meio hectare da propriedade. Elédio colhe cerca de sete camadas da fruta por ano, conforme o clima da região. Segundo ele, em áreas mais quentes, a produção ocorre o ano inteiro. A fruta pesa, em média, de 300 a 800g, e o preço de venda é em torno de R$ 7 o quilo.
O cultivo manual na propriedade é trabalhoso e envolve poda frequente de brotos, polinização das flores, seleção de frutos ainda na planta para maior fortificação, controle de pragas e umidade do solo. “Eu uso amendoim rasteiro como forração, pois ainda não fiz irrigação. Coloquei refletores e uso lanterna na cabeça para trabalhar à noite na polinização, para evitar abelhas enquanto estou trabalhando”, explica. O pólen é retirado de flores de algumas espécies de pitaya e colocado, através de aparelhos de remédios de aplicação nasal, em flores de outras espécies para a geração de maior quantidade de fruto.
A planta é da família dos cactos e cresce em forma de trepadeira. É cultivada ao redor de postes, com parte circular em cima, que pode ser feita com pneus. Ela sobe por dentro do círculo e pende ao redor dele, ficando em forma de guarda-chuva.
“O cultivo não é fácil e a venda também. Ainda é um produto pouco conhecido na região. Eu estou com ideia de ampliar minha produção, mas estou esperando por causa do mercado”, comenta Elédio. O produtor também relata que participa de grupos de cultivadores de pitaya e conta com auxílio de um agrônomo especializado na área para aprimoramento da produção.
Segundo Elédio, a fruta traz diversos benefícios à saúde, como estimulação da flora intestinal, baixa caloria, auxilia na prevenção da osteoporose, diabetes, inflamações, depressões e ansiedade e ainda no controle do colesterol, entre outros.
O contato do produtor para venda de pitaya, por telefone ou WhatsApp, é 99828-0454.
Na Fazenda Lengler, morador vende mudas da planta
Há mais de cinco anos, o morador de Fazenda Lengler, Paulo Renato Couto de Almeida, 67 anos, adquiriu mudas da planta em Novo Hamburgo. “Na época, eu não sabia de ninguém da região que tivesse. Eu consegui duas e fui cortando e fazendo mudas delas. É só enterrar dois centímetros na terra que ela enraíza. Lembro que depois tinha um homem no Passo do Santa Cruz , apareceu uma muda no mato e acho que foi passarinho que trouxe por semente”, conta.
O taquariense relata que o cultivo da planta é simples em pequenas quantidades. A floração surge nos meses mais quentes, é noturna e polinizada naturalmente por morcegos e insetos, no entanto, desta forma, nem todas as flores darão frutos.
Com a produção da chácara baseada em peixes, a pitaya foi uma renda extra para Paulo e a esposa Adriana Martins, 49 anos, que também tem outras espécies no pomar, como a lichia. Hoje, com a chácara à venda, o casal não tem aumentado a produção em maiores proporções. Eles contam com cerca de 30 pés na propriedade atualmente e vendem mudas da planta a R$ 10, além das frutas, no telefone 99648-5904.