O pedreiro Reny Lourenço dos Santos, 52 anos, cultiva feijão na localidade de Mariante há cerca de cinco anos. A dificuldade do trabalho manual para debulhar o grão o levou a pensar em uma forma mecânica de realizar o serviço.
Depois de um ano de projeto, ele criou dois equipamentos: um que separa o feijão da casca e outro que tira toda impureza que tenha ficado junto ao grão.
Da maneira tradicional, realizada por pequenos produtores, o trabalho precisa ser feito entre às 10h e às 16h, segundo Reny, para que não haja umidade no ar e a vagem esteja bem seca. Os pés de feijão são colocados entre lonas e é preciso bater com força para que as vagens se abram e saia o grão. Depois, deve ser feita a separação e limpeza dos grãos.
Com as máquinas, o serviço é facilitado e se torna mais ágil. “O que eu faço num dia com essas máquinas não se faz em uma semana da maneira tradicional. Por dia, consigo triturar e limpar quatro sacos de feijão, que dá 240 kg. Antes eu não fazia isso em uma semana e, se chovesse, perdia tudo que estava apanhado”, relata.
Segundo Reny, os equipamentos foram 100% pensados e desenvolvidos por ele em sua oficina, localizada no bairro Prado. O equipamento que separa a palha do grão já é utilizado há cerca de dois anos e precisou de três ajustes para ter a eficiência desejada pelo inventor. Já a máquina que retira a impureza foi concluída recentemente. “Eu pensei, se eu fiz uma máquina que faz 50% do serviço e deu certo, por que eu não vou criar outra para fazer o resto? Quero só apertar o botão e ficar na sombra olhando”, brincou.
O investimento para a construção das duas máquinas foi de R$ 8 mil em material. Toda a mão de obra foi feita por Reny. Ele relata que os equipamentos são para uso próprio e não estão disponíveis para venda. “Não tem preço”, relata.