Na última terça-feira, 3 de novembro, a Prefeitura informou, através de boletim nas redes sociais, a confirmação do quinto óbito por coronavírus em Paverama. A vítima, Hermínio Ferreira das Neves, 78 anos, era morador do bairro Cidade Baixa e faleceu no Hospital São José, em Taquari, na semana passada, na noite de 27 de outubro.
A nora, Taís Castro Oliveira, conta que a primeira internação de Ermínio ocorreu em 10 de outubro, no Hospital Ouro Branco, em Teutônia. Após realização de tomografia, o médico informou que o paciente estava com 70% do pulmão comprometido por infecção decorrente do coronavírus. Internado na instituição na ala de Covid-19, o paveramense foi medicado e não precisou usar respirador, segundo a família. No dia 15 de outubro, Hermínio recebeu alta hospitalar e voltou para sua residência. Taís conta que no dia 22 de outubro, o sogro consultou no posto de saúde de Paverama , onde foi informado de que suas condições de saúde estavam boas. Três dias depois, ele voltou a apresentar sintomas de cansaço, falta de ar e febre , sendo, então , levado pelo Samu ao hospital de Teutônia novamente. “Disseram que ele estava com 90% do pulmão comprometido e precisava de UTI. E aí começou a luta por uma vaga”, relata a nora.
A vaga foi encontrada no dia 26, no Hospital São José, em Taquari. Pouco mais de 24 horas depois, Hemínio não resistiu e veio a óbito, às 20h do dia 27 de outubro. “Não somos médicos, mas a gente fica com aquela sensação de que se ele tivesse conseguido tratamento antes, ele poderia estar aqui agora. Ninguém de nós teve coronavírus, a gente não sabe como ele pegou e se realmente estava com coronavírus na primeira vez que foi para o hospital, porque o teste PCR só foi feito no hospital de Taquari, daí deu positivo; em Teutônia os testes no dedo tinham dado negativo, mas eles avaliaram pelo resultado da tomografia. A gente não sabe o que aconteceu e não pode acusar ninguém, mas minha indignação é que as pessoas acham que esta doença é coisa pouca, não estão nem aí, só que assim, se não estivesse tão forte a coisa, teria UTI para meu sogro. As pessoas precisam se cuidar mais, independente da idade. Porque enterrar uma pessoa dentro de um saco deixa marca na vida da gente. A pior coisa é não ter uma despedida”, desabafa a nora.
Hermínio deixa a esposa, Loni Schneider das Neves , o filho Vilmar, a nora Taís e o neto Anthony. Durante sua vida, exerceu a profissão de industriário calçadista e, após a aposentadoria, dedicou-se à agricultura. Era um grande apaixonado por futebol e torcedor do Internacional.
