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Mais um desafio na carreira dos mestres

A pandemia de coronavírus mexeu com a rotina dos trabalhadores e os professores estão entre os que mais tiveram que se adequar.
Com a suspensão das aulas presenciais em março de 2020 e a demora na retomada, a aula virtual é a alternativa para manter o vínculo dos estudantes com a escola e tentar dar sequência no processo de aprendizagem.
Mas a nova realidade à frente do computador e com o suporte das redes sociais exigiu muito dos professores que precisaram fazer investimentos em equipamentos, buscar mais conhecimento – grande parte com a ajuda do Google e do Youtube – e ter muito jogo de cintura para dar conta do trabalho junto dos alunos que ficam atrás da tela. O tempo dedicado ao trabalho também está maior, seja com reuniões ou preparação das aulas. O imediatismo da rede social, que tenta substituir o contato físico, não estabelece limite para quem tem dúvidas quanto à realização das tarefas.
Essa nova realidade no ensino levanta muitos questionamentos, especialmente de quem já concluiu a etapa de 25 anos de serviço e voltou a lecionar. As redes de ensino contam com professores que estavam aposentados e retornaram à sala de aula nos últimos anos. Depois de deixarem o descanso em casa, tiveram que enfrentar uma rotina bem diferente daquela a que estavam acostumados.

A troca do giz pelo mouse 

A professora do segundo ano das séries iniciais, Nilce Pereira Machado (foto maior), 65 anos, tem 21 alunos e uma rotina mais tranquila em relação a muitos professores. Com apenas uma turma, neste mês completa um ano que retomou a atividade em sala de aula. “Retornei pela falta que sentia do convívio com as crianças, pelo amor que sinto pela minha profissão e pela gratificação de poder ensinar e aprender com meus pequenos.”
Mesmo depois de 27 anos de trabalho, e de ter enfrentando outros desafios, como ingressar na universidade aos 50 anos para cursar Pedagogia, ela não imaginava que teria que trocar o giz e o quadro pelo mouse e o notebook. “É uma situação que nunca pensamos que ocorreria, é um grande desafio. Tive que superar as minhas próprias dificuldades e ter que encarar as novas tecnologias. É difícil não poder estar junto e compartilhando  conhecimentos, mas, aos poucos, me adaptei à nova forma de trabalho. Até aprendi a lidar com o mouse. Digo para os meus filhos que  já aprendi a procurar no Google, já digito; nada disso eu fazia antes”, brinca a professora.
Formada aos 53 anos, Nilce seguiu com as turmas de séries iniciais do ensino fundamental e teve a ajuda dos filhos para se adaptar às novas tecnologias. Durante o isolamento social, o encontro com a turma, precisou ser readequado e os estudantes do turno da tarde passaram a se ver uma vez por semana à noite. Como a média de idade das crianças é de 8 anos, precisam do auxílio dos pais e, por isso, a aula online ocorre às 19h30min, o que não é problema para a professora. “Eles ficam eufóricos por ver a gente e eu converso muito por mensagem. Se tem alguma dificuldade, os pais dão muita atenção e me perguntam. Os pais dos meus alunos são muito bons, incentivam, postam, perguntam quando precisam e eu estou sempre estimulando as crianças a aprenderem. O presencial é cara a cara e pelo online precisa passar para o papel aquilo que as crianças e os pais vão entender. Muitas vezes, tem que procurar sobre como vou chegar neles, mas troco muitas mensagens.”
As aulas são enviadas semanalmente e acompanhadas pelo contato telefônico e aplicativo de mensagem. “Tem um deles (aluno) que coloca: ‘profe, to pronto’, da mesma forma que faz presencialmente para avisar que concluiu a tarefa”, diz Nilce.
Depois de ter passado pela função de diretora, sendo a primeira a ocupar o cargo na escola Osvaldo Ferreira Brandão, e vice-direção, Nilce diz que quer ficar na sala de aula. “Voltei porque eu quis, era meu sonho e quero sempre estar na sala de aula; a convivência com a criança é um mundo muito bom e pra ser professora tem que ter vocação; ser o que gosta de fazer e este é o meu mundo.”

Das quadras esportivas para a tela do computador na sala de casa

A professora de educação física, Adriana Martins de Castro Rosa, 57 anos, leciona há 31 anos. Depois de uma pausa na carreira, ela retomou a atividade profissional. “Me sinto ativa e decidi voltar porque gosto do contato com os alunos. Também pelo fato de ter uma filha na faculdade e, mesmo que ela esteja realizando estágio remunerado, toda ajuda na renda é bem-vinda”, explica a professora.
VARIEDADES - Dia do Professor MENORAdriana considerava precoce sua aposentadoria, mas não imaginava passar pela atual realidade. Hoje ela atua nas redes municipal e estadual de ensino, com 19 turmas e cerca de 450 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e primeiro ano do ensino médio.“Sou da disciplina de educação física, que é toda prática. Esporadicamente, o conteúdo é escrito, através de pesquisa e alguns conceitos.”
Mas a realidade é outra. O conhecimento de informática adquirido há alguns anos para interagir com as tecnologias precisou ser atualizado. “No início eu estava bem desesperada, mas aos poucos fui me apossando de alguns conhecimentos, com a ajuda dos meus filhos. Primeiramente, foram me dando umas dicas, me auxiliando, junto dos colegas que ao longo do caminho vamos trocando experiências.”
Para se conectar à  nova realidade, a professora fez investimentos, com a compra de um novo notebook e aumento da velocidade da internet de casa. A prática das quadras esportivas ao ar livre deu lugar à tela do computador e horas de reuniões com a supervisão, preparação das aulas e entrega do conteúdo aos alunos. “O maior desafio está sendo dar conta de tudo isso sem entrar em pânico, porque são muitas dúvidas quanto ao retorno das atividades dos nossos alunos. Num primeiro momento, cheguei a pensar: o que eu vim fazer aqui? Mas depois pensei que não poderia correr da briga. Foi assustador. Sou muito da prática e ter que sentar para preparar as aulas foi difícil, mas é uma superação. Nas aulas, apesar de também falarmos dos momentos tristes que estamos vivendo nesta pandemia, podemos interagir e trocar o foco um pouquinho”, salienta. “Mas estamos fazendo o nosso máximo para que este ano dê certo, apesar de tudo e com a certeza de sempre ir em frente pois toda a dificuldade não é nada comparada com as milhares de vidas perdidas com essa pandemia. As escolas estão se esmerando na questão de entregar para o aluno as atividades impressas, para as famílias ficarem mais tranquilas’.

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