Os registros de ameaça e lesão corporal relativos à violência doméstica tiveram queda no último mês. Segundo a Delegacia de Polícia de Taquari, foram feitos cinco ocorrências do tipo em maio, sendo o menor número dos últimos meses.
Um levantamento fornecido pela DP aponta que, entre janeiro de 2019 e maio de 2020, foram 186 registros. Os menores números haviam sido nos meses de junho, setembro e novembro de 2019, e março de 2020, quando foram realizadas nove ocorrências.
Para a Delegada Betina Martins Caumo, a queda nos registros não significa redução da violência doméstica em si. “Pode e deve haver casos não notificados. Para fins de comparativos, em maio de 2019, foram 13 os casos”, informou. Segundo a delegada, nada mudou em relação ao atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia. As medidas protetivas seguem sendo encaminhadas e os registros podem ser feitos presencialmente na DP.
Segundo a Delegada, houve queda em outros indicadores criminais também, mas ainda não é possível atribuir as causas dessas reduções. “É muito recente isso tudo. É muito prematuro fazer um diagnóstico neste momento do que efetivamente tem causado isso”, informou.
Estudo aponta queda nos registros em todo país
A queda no número de registros não ocorre somente em Taquari. O estudo Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que houve redução de 25,5% no número de lesões corporais ligadas a essa situação. Por outro lado, houve aumento de 22,2% nos feminicídios, o que indica aumento da violência doméstica no período. O estudo leva em consideração dados de março e abril de 2020.
Entre os fatores apontados pelo estudo para a redução no número de registros de lesões, está a convivência próxima com o agressor, que, no novo contexto, pode mais facilmente impedir as mulheres de se dirigirem a uma delegacia ou outros locais que prestam socorro às vítimas, assim como acessar canais alternativos de denúncia, telefone ou aplicativos.