Embora o ano de 2019 ainda não tenha encerrado, os casos de sífilis no município superam o número de 2018. A secretaria municipal da Saúde registra 19 neste ano, sendo a maioria entre homens, enquanto que no ano passado foram 12 casos, um aumento de 60%. Como o ano não encerrou, o número de casos pode aumentar. Em 2017, foram 23 casos. O dado não considera as gestantes, com cinco casos em 2019, três casos em 2018 e cinco casos em 2017, nem os congênitos. Neste último, são dois em 2019, um em 2018 e cinco em 2017.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
A médica ginecologista/obstetra do Posto Central, Juliane Oliveira Kern, explica que o contágio acontece, mais comumente, por relação sexual, por contato com secreção e congênita, ou seja, passando de mãe para o bebê durante a gestação.
Ela explica que, a princípio, no primeiro mês, a bactéria pode ficar incubada e não apresentar sintomas. Após pode surgir úlcera na região genital, sem dor e sem secreção, que fica por um tempo e desaparece, mesmo sem o tratamento. Podem surgir, no segundo estágio, manchas na palma da mão, como se fossem pequenas feridas, nos braços e tronco. “A pessoa pode ficar por anos sem sintomas mas ter a sífilis e, dali a pouco, aparece a terciária, que é um transtorno que afeta os neurônios, com sequelas de locomoção, e pode levar a pessoa a óbito.
O diagnóstico pode ser feito com o exame físico. Mas é mais comum através do exame de sangue e o tratamento é feito com penicilina, a Benzetacil.
Para evitar a doença, o recomendado é a abstinência sexual ou o uso do preservativo, que diminui a chance de ter a doença.
Nos casos de sífilis congênita, a mãe faz o tratamento e é acompanhada. Para o bebê que não foi tratado durante a gestação, explica a médica, o tratamento é sofrido porque fica um mês recebendo penicilina na veia e fazendo punção lombar e pode ter complicações, como retardo mental e má formação dos dentes, entre outros.
A coordenadora da atenção básica, enfermeira Andreia Oliveira, explica que os testes rápidos estão disponíveis nos postos do município para qualquer pessoa. Caso o resultado seja positivo, a pessoa é encaminhada para outra unidade. “É uma picada no dedo, como se fosse um teste de glicose, que detecta na mesma gotinha Hepatite B e C, Sífilis e HIV. É super sigiloso e o resultado sai em 30 minutos. Caso o teste dê positivo, a pessoa é encaminhada para o serviço de referência”, explica a enfermeira.
Ela destaca a importância da prevenção. “As mulheres têm que se colocar como responsáveis pela sua vida e o seu corpo. A opção da camisinha também é delas. Não existe outro mecanismo que não seja confiável para pegar estas doenças, ainda é a camisinha. Mas quem diz o sim ou o não, também é a mulher”.
No dia 21 de dezembro, amanhã, para marcar o Dezembro Vermelho – para prevenção das Doença Sexualmente Transmissível (DSTs), o Posto Central estará aberto das 8h às 12horas, para a realização de testes rápidos de detecção de hepatite B e C, sífilis e HIV. Haverá quatro salas para atendimento da demanda. O resultado será disponibilizado na hora.