Um almoço de amigos gremistas e colorados na casa do empresário Ito Flach, na última quarta-feira, contou com a presença do ídolo gremista Hugo de León, capitão da equipe campeã mundial e da Libertadores, em 1983. Na oportunidade, o jogador conversou com O Fato. Confira a entrevista.
O Fato – Qual o motivo da sua visita? É a primeira vez no município?
Hugo de León – Esta é a segunda vez que eu venho. Há muito tempo, eu já tinha vindo. Hoje, foi a convite do meu amigo Sérgio, de Lajeado, que tem amigos aqui e marcou este encontro. Como eu estava chegando para o lançamento de um condomínio em Lajeado, aproveitei para me reunir com o pessoal por aqui.
O Fato – Falando sobre sua carreira, você viveu grandes momentos como jogador e depois seguiu como técnico. Quais foram os momentos mais marcantes desta trajetória no futebol?
Hugo de León – Houve vários momentos importantes, vários títulos importantes em distintas etapas, com o Nacional e com o Grêmio, que foram os times que atingi as maiores vitórias, os maiores títulos internacionais. Depois de 17 anos, me dediquei um pouco a treinar, treinei pouco tempo e me afastei para continuar minha vida de torcedor. Voltei aonde eu comecei. Fui torcedor, jogador, treinador e agora voltei a ser torcedor. Cumpri todos os ciclos.
O Fato – Você levantou duas taças da Libertadores da América, pelo Nacional e pelo Grêmio. Como foram estes momentos?
Hugo de León – A primeira, no Nacional, eu tinha 22 anos. Era a minha segunda Libertadores e já poder ganhar foi muito importante. Com o Grêmio, era a primeira conquista da Libertadores. Tudo que a gente ganhou com o Grêmio foi a primeira vez, primeira Libertadores, primeiro Brasileiro e único campeonato do mundo. São momentos marcantes porque a expectativa que se cria no torcedor é muito grande e a alegria é em dobro. Foram uito marcantes e ficam na lembrança dos grandes momentos que a gente passou pelos clubes.
O Fato – Qual é o seu sentimento pelo Grêmio? Você mantém esses laços com o clube?
Hugo de León – Eu sou tricolor por dois lados. Eu sou tricolor no Uruguai, com o Nacional, e aqui, com o Grêmio. São minhas duas casas, dois lugares que me acolheram e me fizeram melhor jogador e melhor pessoa, porque convivi com gente muito especial, que me ensinou muito. São duas marcas na minha carreira que me fizeram crescer muito e que tive a felicidade de retribuir nesses anos que passei no clube com taças importantes que conseguimos conquistar.
O Fato – Você continua acompanhando o Grêmio hoje? Como avalia o atual momento do clube?
Hugo de León – Sim, sempre que estou em Porto Alegre, eu vou na Arena. Fora estou escutando no rádio, porque no Uruguai não passam os jogos brasileiros. Faz três anos que o clube está num grande momento, depois que quebrou o jejum de títulos em 2016, o time está com um grupo muito compacto. Sai e entra jogador, mas o nível é sempre altamente competitivo. É a equipe a ser vencida porque é candidato em todo torneio que participa.
O Fato – Você foi um dos primeiros jogadores do Uruguai a vir para o Brasil, esteve participando deste processo de abertura do mercado internacional de jogadores. Como você vê esse mercado atualmente? Quais as diferenças daquela época para os dias atuais?
Hugo de León – Já tinham alguns jogadores argentinos e uruguaios, logicamente que a performance deles foi o que determinou que continuassem procurando jogadores no Uruguai e depois no Paraguai, que também tiveram muito sucesso aqui. Hoje em dia, logicamente o mercado é muito mais evoluído, o dinheiro é outro, os valores que se trabalham no futebol são maiores e já tem muita dificuldade, porque contratam jogadores de melhor nível. Hoje, tem poucos jogadores uruguaios, a não ser o Nico Lopez, que acho que é o único, por ter se destacado no Nacional, está no Inter, mas não lembro de outros jogadores uruguaios que estejam se destacando no futebol brasileiro.