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Foi com os ensinamentos da mãe, Célia Silveira da Silva, falecida há cinco anos, que a empresária Noeli Silveira da Silva, conhecida por Noeli Braga, aprendeu a costurar. Ela é proprietária da empresa Vest Bem Confecções, localizada na rua 7 de Setembro, 1197, que produz uniformes industriais. O sobrenome pela qual a empresária é conhecida é uma referência ao seu pai, Adroaldo Braga, falecido há 19 anos.
Ela lembra que, dos retalhos que sobravam das roupas costuradas pela mãe, fazia peças para crianças e saía a vender entre os vizinhos, quando ainda morava em Tabaí. Trabalhou como professora e foi secretária Executiva na empresa Satipel, por sete anos. Depois de casada, no final da década de 1980, e residindo em Taquari, devido à crise financeira, alugou o seu vestido de noiva e passou a confeccionar este tipo de veste. Na mesma época, a loja, que levava o nome da sua filha mais velha, Cíntia, estava localizada na avenida Lautert Filho, em frente à Abastecedora de Combustíveis Pégaso, e Noeli dedicou-se também a confeccionar vestidos de prenda, porque havia muitas pessoas frequentando os CTGs e a demanda aumentava. Para driblar a crise financeira e a necessidade de cuidar do casal de filhos, ela foi aconselhada pelo amigo Frederico Damião Bavaresco (falecido em 2008) a confeccionar uniformes para os empregados da Cooperativa Certaja, uma necessidade que não era atendida na época. “Ele foi mais que um pai para mim, me deu a ideia de montar a confecção que ele daria o ponta-pé inicial. E realmente deu. Ele adiantou o valor e me dava os uniformes da Certaja para eu fazer e pagar o valor”, lembra.
Nos primeiros anos, todas as encomendas eram atendidas com o trabalho apenas de uma máquina. “Teve uma fase que eu não conseguia pagar funcionário. Daí tinha um parente, Leni Francisca da Silva, que me ajudava. Eu tinha apenas uma máquina, que funcionava 24 horas, quando uma levantava, porque não aguentava mais, a outra sentava até altas horas”, recorda.
Da sede na Lautert Filho, a loja foi levada para o Bairro Leo Alvim Faller. “A proprietária pediu o prédio e eu não tinha condições de pagar aluguel no Centro. Então, eu tinha um terreno e uma pequena casa no Leo Alvim Faller. No entanto, não havia espaço para acomodar os vestidos”, conta.
Como alternativa, ela vendeu o estoque de vestidos para os proprietários da Macaju Noivas e investiu apenas na confecção de uniformes industriais. “Sem qualquer capital de giro, somente do próprio trabalho. Tive empresa grande, com 18 funcionários, mas as empresas que me davam o serviço me deram tipo uma rasteira e acabei que tinha que vender um pouco do patrimônio para pagar a indenização”.
Há quatro anos, a empresa passou a chamar-se Vest Bem Uniformes e tem a filha Cíntia da Silva Jung, 32 anos, no comando junto de Noeli. Há de quatro a seis pessoas trabalhando, conforme a demanda da empresa que atende clientes em Charqueadas, Triunfo, Montenegro, Gravataí, Fazenda Vilanova, Taquari, Tabaí e outros. “O meu início devo ao senhor Bavaresco. Essa é uma oportunidade de agradecer. Foi tudo muito difícil, sozinha com as crianças, pagando aluguel, mas vejo que venci. Me sinto feliz e realizada, me considero vencedora”, avalia.
Atualmente, ela diz que busca atender o cliente dentro do que ele precisa em termos de prazo e mantendo a qualidade. “Fiz uniformes por 14 anos para a Satipel e um comprador me alertou que lá eram muito exigentes e me aconselhou a nunca baixar a qualidade. Foi com isso que eu me espelhei, procuro sempre fazer o melhor. Não é o mais barato mas a qualidade é sempre muito boa. O prazo de entrega é uma das coisas que mais cuido”, comenta.
