A Polícia Civil ainda aguarda laudos periciais para concluir dois inquéritos que tiveram grande repercussão em Fazenda Vilanova, no ano passado.
As investigações pelas mortes de Sophia Emanuelle Schuster da Silva, 3 anos, em decorrência de um atropelamento na BR 386 ocorrido na tarde do domingo, 18 de novembro, e de Nércio de Souza Pereira, 68 anos, na noite de 12 de dezembro, após confronto com a Brigada Militar, não foram remetidos ao judiciário.
O delegado Márcio Moreno, que responde pela delegacia de Fazenda Vilanova, explica que ambos os casos são crimes complexos que precisam de prazo para a conclusão maior do que 10 dias. A segunda questão, aponta o delegado, é que os dois fatos demandam mais de uma prova pericial e a contraprova – quando efetivamente há a necessidade de uma complementação informativa acerca de uma nova questão, surgida ao longo da instrução. “É isto exatamente que está acontecendo nestes dois casos. A gente aguarda a conclusão destes laudos periciais para fazer uma análise, ver se efetivamente não há mais dúvidas em relação à elucidação do fato, quanto à autoria e materialidade, para remeter ao judiciário. São vários laudos, alguns já vieram”, diz.
Além disto, cita Mário Moreno, o Instituto Geral de Perícia (IGP) tem 60% de déficit no efetivo e a delegacia de Fazenda Vilanova tem um agente policial. O delegado considera que as investigações “estão bastante adiantadas”, dentro da complexidade dos fatos.
Ele diz que, neste mês, o inquérito do acidente será remetido ao judiciário.
Relembre os casos
Na tarde do domingo, 18 de novembro, no Km 365 da BR 386, Sophia Emanuelle Schuster da Silva e Marcos Vinícius de Azevedo Vieira atravessavam a via quando foram atingidos, no acostamento do canteiro central, com base nas marcas de frenagem e fragmentos do veículo Tiguan, conduzido por uma mulher de 54 anos, residente em Lajeado. Sophia Emanuelle, de três anos, ficou na UTI do Hospital Bruno Born, mas faleceu devido à gravidade dos ferimentos. A condutora prestou socorro e realizou o teste do etilômetro, que, conforme a polícia, apontou zero para embriaguez.
Em 12 de dezembro, Nércio de Souza Pereira, 68 anos, morreu após entrar em confronto com a Brigada Militar. Ele teria ameaçado com um revólver dois inquilinos que residiam no mesmo terreno, que teriam buscado ajuda da Brigada Militar. Como não havia policial no posto, teriam feito a solicitação da proteção policial por telefone e deslocaram-se, como os policiais militares, até a casa onde estavam morando. Ao chegar no local, Nércio teria atirado e, na troca de tiros, ele veio a óbito.