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Médico cubano que trabalhava em Tabaí continuará morando no Brasil

O médico cubano Iván Gonzales Mora, 34 anos, atuou na saúde pública da Prefeitura de Tabaí desde maio de 2014. Com o rompimento do Programa Mais Médicos com o governo cubano, Iván deixou a Prefeitura em 30 de novembro, mas vai continuar no país. Ele casou com uma paveramense, moradora de Taquari. O Fato fez uma entrevista com o médico sobre o trabalho desenvolvido em Tabaí, seus planos e o rompimento do programa com seu país de origem. O médico Iván foi substituído pelo médico Talles Cavatá, de acordo com o prefeito de Tabaí, Arsênio Cardoso. Confira a entrevista

O Fato – Em que ano começou seu trabalho através do Programa Mais Médicos em Tabaí? Como foi o trabalho na saúde pública do município?
Iván Gonzales Mora – Eu iniciei meu trabalho em Tabaí em maio de 2014. Cheguei no Brasil em Porto Alegre, em março. Passamos por um mês de exames, de preparação com o idioma português. Em abril, fui para Tabaí e comecei o trabalho em maio. Na minha vida profissional creio que foi a etapa mais importante, pois consegui crescer como profissional e ser humano também. Minha experiência anterior foi em Cuba, meu país, durante dois anos, e dois anos na Venezuela, mas acho que cresci como profissional, trabalhando aqui no Brasil. O SUS é um sistema de atenção médica bem estruturado. Em muitas cidades, a dificuldade para que o SUS funcione não tem nada a ver com o sistema, mas com as pessoas envolvidas para que o sistema funcione. Tive a oportunidade, em Tabaí, de trabalhar em duas etapas diferentes, dois prefeitos, dois secretários de Saúde e considero que o trabalho foi muito efetivo. Conseguimos uma saúde no município que correspondesse à expectativa do que se queria. Conseguimos condições materiais e humanas para fazer um trabalho certo. Me sinto satisfeito com o trabalho que fiz.

OF – Como você avalia o novo governo federal eleito em relação a este rompimento com o Mais Médicos com profissionais cubanos?
IGM – Como estrangeiro que está participando de um programa federal, temos que respeitar. O programa foi desenvolvido pelo governo anterior, a quem devemos agradecer a oportunidade que nos deram de ajudar a milhões de brasileiros, reconhecer-nos, ter amizade. Percebemos nas redes sociais as demonstrações de carinho dos pacientes que tiveram a confiança em nós. Mas temos que respeitar a democracia do Brasil, o presidente foi eleito, praticamente, pela maioria da população. Mas o governo eleito tem muitas contrariedades com o meu governo cubano, contrariedades ideológicas. Acho que esta foi a parte fundamental com o governo de Cuba para terminar o programa. E também o governo eleito no Brasil tem um discurso muito agressivo. A posição dele e política externa são contraditórias. Respeito a decisão dele porque é o presidente eleito. Mas fala de forma negativa de mais de 20 mil médicos cubanos que trabalharam nestes quatro anos, com muito profissionalismo e humanismo na atenção básica, que é onde nós atuamos, que é o que falta no Brasil. Conseguimos acolher o paciente como família, pai, como irmãos. Acho que foi injusto o discurso em não considerar médicos para atuar no Brasil. Tem a parte que ele tem direito de determinar o fim do programa e parte que ele tem um discurso que não aceitamos referente aos médicos cubanos .

OF – Ao contrário de muitos médicos que vão sair do país, você vai ficar, por qual razão?
IGM – Eu posso ficar no Brasil de forma legal, autorizado pelo próprio governo de Cuba e pelo próprio governo brasileiro, porque estou casado há mais de dois anos e meio no Brasil. Por sorte conheci uma grande pessoa e casei e meu status migratório me permite continuar morando no Brasil e fazer a vida, como tenho direito de voltar para meu país quando eu quiser.

OF – Você tem filhos em Cuba?
IGM – Tenho uma filha.

OF – Como pretende fazer, com uma família aqui, uma filha lá?
IGM – Eu posso viajar, minha vida profissional é no Brasil, mas eu tenho a possibilidade de viajar e trazer para visita e ela ficar se quiser. Ela não mora aqui por duas razões: minha filha está em idade escolar, tem seis anos e estuda no sistema educacional cubano, que é muito bom, de graça. Participa de uma escola de dança que pode ser o futuro artístico dela. Segundo, que Cuba é um país muito melhor para ser criança do que no Brasil. É muito mais seguro e declarado pela ONU como um país para crescer como criança. A tranquilidade, a possibilidade de desenvolver-se profissionalmente. Não me faz pensar que vai estar melhor aqui comigo do que lá com o restante da família.

OF – Continuando aqui você pode exercer a profissão de médico de que forma?
IGM – Eu posso exercer a profissão se conseguir entrar novamente no Programa Mais Médicos. É uma opção, difícil. Agora, o governo brasileiro, o Ministério da Saúde está exigindo médicos com registro no CRM (Conselho Regional de Medicina), formados no Brasil ou com diploma validado, mas estão percebendo que existe uma grande negativa de colocar médicos para atuar na atenção básica, em cidades com índices de desenvolvimento humano baixo, essa vontade e formação para trabalhar nestes lugares. Outra opção é o governo, que começa em janeiro revalidar títulos de médicos formados no exterior. Em 2018, não foi realizada a revalidação foi realizada a segunda etapa de 2017. Há pouca organização e pouca importância do governo anterior.

OF – Você vai tentar essa validação de diploma?
IGM – Não sou obrigado a ficar aqui, serão coisas que dependem da possibilidade que Ministério da Saúde darão de se incluir no Programa Mais Médicos.

OF – Você tem vontade de ficar no Brasil?
IGM – Eu me considero um ser humano do mundo. Eu me sinto com condições de trabalhar no Brasil e vontade de poder continuar exercendo minha profissão aqui no Brasil porque recebi muitas demonstrações de carinho das pessoas. Tenho que agradecer de coração o carinho que estou recebendo das pessoas, de pacientes que receberam meu atendimento.

OF – Como está aproveitando esses dias de folga
IGM – É uma folga forçada. Não estava preparado para o que aconteceu, foi de forma inesperada para os médicos. Estou lendo, me sinto triste da forma brusca, deixar um lugar onde colocamos tanto esforço e tanta vontade. Vendo notícias, vendo as posições do Ministério da Saúde, as possibilidades para médicos estrangeiros onde médicos brasileiros não assumiram.

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