A primeira loja do grupo DMF foi inaugurada em Paverama, em 1988, por Décio Manoel Flach, que deu as suas iniciais para o nome do empreendimento. Naquele momento, o irmão de Manoel, Ito Pedro Flach, trabalhava como único empregado da loja, que começou em uma garagem.
Natural de São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina, Ito mudou-se para Paverama para trabalhar com o irmão que tinha acabado de adquirir uma lancheria. Porém o negócio não deu certo, e o irmão mudou a área, comprou a parte dos calçados da loja da tia e iniciou outro empreendimento.
Com o crescimento da loja, Décio abriu uma unidade em Teutônia, em 1990, e, em 1992, em Taquari, em uma sala de 30m² na Rua Osvaldo Aranha, em frente ao prédio onde hoje está a CDL.
A iniciativa de investir em Taquari surgiu após contato com um amigo que viu a carência de uma loja com artigos esportivos. “Viemos bem pequeninho, trabalhamos muito e crescemos”, destaca Ito, que atuou na loja como empregado desde a década de 1990. No começo eram comercializados calçados variados. Em 1994, a loja passou para a Rua 7 de Setembro ficando até 1996 na sala onde está a lancheria Mr. Vinni, mudando-se para onde é o Espaço de Brincar, onde permaneceu até 2001. Após, passou para o endereço atual, numa área de 220m².
O gosto pelo futebol levou o empresário a participar das atividades esportivas em Taquari, envolvendo-se com a comunidade. Com esta oportunidade, ele identificou a demanda por artigos esportivos e passou a apostar mais nesta área, reduzindo as linhas de calçados feminino e social.
“Foi bem sofrido no começo e, hoje, para acompanhar a evolução temos que estar muito antenados, se não ficamos para trás. Para manter uma loja de porte bom para a cidade, não é fácil. Se não participar de feiras e acompanhar as tendências, não consegue”, ressalta o empresário.
Depois de empregado, Ito adquiriu parte da sociedade e há quatro anos obteve 100% da empresa de loja de Taquari. Atualmente, trabalham nas vendas, além dele e da esposa Loni, dois empregados, seu filho, João Pedro, e Brenda. A loja está focada na comercialização de calçados e material esportivo, com linhas diversificadas, e trabalhando com marcas multinacionais. Para alcançar isso, Ito diz que é necessário ter consumo mínimo de itens e a credibilidade do lojista.
Atenção à área social
A marca DMF Esportes tem cinco lojas em quatro cidades, sendo cada uma pertencente a um dos irmãos Flach. As duas de Lajeado são de Décio Manoel, a de Montenegro, de Volmir, a de Teutônia, de Reni, e a de Taquari, de Ito.
O empresário destaca que o bom desempenho do empreendimento não depende exclusivamente das vendas. “É também o entrosamento com a comunidade e a parte social”.
Ele conta que, desde 1996, são realizadas doações de, em média, 100 pares de calçados por ano dos que estão nos saldos, para os alunos do Instituto Agrícola Presidente Dutra (IAPD). No ano passado, foram entregues também na Pella Bethânia e à Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente de Taquari (Ceacat). “Taquari acolheu muito bem a gente, o que é uma característica do município. Sou muito grato a Taquari, então a gente deve ajudar um pouco os que mais precisam”, comenta.
Para o futuro, a meta é trabalhar para atender melhor os amigos e clientes e realizar o sonho de ter o prédio próprio.
Lojista atuando como garçon
Quando a loja iniciou em Taquari, Ito morava em um quarto alugado nos fundos da loja. “Eu vim pra cá e, praticamente, não tinha condições de me manter. Pra alimentação, eu trabalhava ao meio-dia no antigo restaurante Colher de Pau e, depois, no Restaurante Batata. Trabalhava do meio-dia à uma da tarde, almoçava e à 1h30 abria a loja”, lembra.
Filho de agricultores, trabalhou na roça até os 19 anos e passou a lojista. “Muitos acham que a gente está bem, que ganhou tudo. Todo mundo quer estar bem, mas ninguém quer pagar o preço. Sempre dizia que queria ter a minha loja. Trabalhava sozinho, como empregado, mas como se a loja fosse minha, tanto em Paverama, como em Teutônia e aqui. Quando morria alguém, a funerária me ligava para pegar o sapato de madrugada e eu ia. Um dos grandes problemas que existem no Brasil hoje é não olhar o que foi feito para estar bem”, recorda.