O presidente do Legislativo, Vânius Nogueira (PDT), pagou recentemente R$ 6,9 mil para realização de pesquisa de opinião pública, para avaliar o trabalho da Câmara e dos vereadores. O estudo foi realizado pela empresa Vitória Pesquisas e teve o resultado divulgado na semana passada.
Acontece que os demais vereadores nem sabiam que a pesquisa tinha sido contratada pela Câmara e, embora a maioria ache válida a realização do estudo, há quem diga que não era o momento para investir nisso. “Podiam gastar o dinheiro com coisa mais útil para o povo, como tapar os buracos da cidade e comprar medicamentos que faltam na Saúde”, considerou o tucano Tio Nei. Os petistas Rejane e Luís Porto são outros que não concordam com a contratação do serviço. “Em época de crise, nem fomos consultados para estudar se era viável a realização da pesquisa”, disse Rejane. “Meu trabalho não é em cima de pesquisa, porque amostragem não pega a real situação. Prefiro ir até os eleitores. Nada do resultado da pesquisa é novidade para mim”, falou Luís Porto. O petista disse, ainda, que discorda de um dos resultados, em que mostra que 70% das pessoas sabem o que são atribuições de um vereador. Para ele, a maioria confunde o trabalho do Executivo e Legislativo.
Paulo Garcia (PMDB) ficou em cima do muro. Disse que como o fato já havia ocorrido, respeitaria a hierarquia da Câmara e a atitude do presidente, mas para ele, a pesquisa não trouxe nenhuma novidade. “Infelizmente, os problemas apresentados são recorrentes, falta de emprego, questões de Saúde. Já trabalho nesse norte e minha atuação parlamentar não vai ser alterada”, opinou. Prisco também considerou que o resultado da pesquisa não altera o seu trabalho. “Meu pensamento continua igual: temos que estar na comunidade”. Mas ele achou importante a realização do estudo e disse que analisará se o que foi pago realmente é justo.
Os pedetistas Ademir Fagundes e Aldo Gregory, e o tucano João Batista pretendem intensificar o trabalho nos bairros e nos setores que a população apontou. Para eles, foi importante saber o que as pessoas estão pensando, como querem que o vereador atue.
O jornal procurou o presidente da Casa, Vânius Nogueira, para falar sobre o assunto, mas não obteve êxito.
Os resultados da pesquisa
O estudo apontou que 60,4% dos eleitores não acompanham as atividades da Câmara e os trabalhos dos vereadores; 63,2% nunca foram à Câmara de Vereadores; 72,2% nunca assistiram a uma sessão; 46,4% acreditam que a Câmara atende bem as pessoas; 70,6% sabem qual é a função de um vereador; 48,2% acham que os vereadores não realizam um bom trabalho; 44% acham que o Legislativo deve trabalhar mais pela Saúde; 52,8% querem mais emprego e conservação de ruas em seu bairro; 80,4% acham que os vereadores devem atender à população visitando os bairros; 50,8% tomam conhecimento dos trabalhos dos vereadores através de jornais; 48,4% acham que o jornal é o melhor meio de comunicação para divulgação dos atos da Casa e 79,8% são favoráveis à transmissão das sessões através de rádio.
Segundo a Vitória Pesquisas, para chegar ao resultado, 500 moradores do município foram entrevistadas no sábado, 26 de setembro. A margem de erro do estudo é de 4,38 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o percentual de confiança é de 95%.