A secretaria municipal de Saúde divulgou, na tarde de ontem, que o município está com 123 casos ativos de covid-19. Esta é a sexta semana consecutiva com mais de 100 casos ativos municipais. Desde o início da pandemia, foram 1.749 diagnósticos positivos.
Só nos últimos dias, a Prefeitura recebeu notificação de 189 casos (entre a quinta-feira, 31 de dezembro, data de circulação do jornal, e a tarde de ontem). A terça-feira, 5 de janeiro, foi o dia com maior número de diagnósticos na semana, 37 no total. Nem todos os novos casos estão contabilizados entre os pacientes ativos, devido a atrasos na notificação.
Na última semana, também foram registrados três óbitos, chegando a 26 no total em Taquari. Segundo informações da Prefeitura, um falecimento ocorreu no dia 1º de janeiro, de um homem de 77 anos, com doença cardiovascular crônica e diabetes. Outro no dia 2, de mulher de 86 anos, com comorbidade, e o terceiro no dia 6 de janeiro, de homem de 93 anos, com doença cardiovascular crônica e diabetes.
Além dos óbitos e casos ativos, o município contabiliza 1600 pacientes recuperados do coronavírus. A secretaria municipal de Saúde monitora 797 pacientes suspeitos e aguarda o resultado de 60 testes realizados.
Oito dos dez leitos de UTI estão ocupados
A taxa de ocupação da UTI Covid-19 do Hospital São José estava em 80% na tarde de ontem. Eram oito pacientes internados nos dez leitos disponíveis. Cinco pacientes são homens, sendo quatro de Taquari e um de Bento Gonçalves. Três são mulheres, duas de Taquari e uma de Morro Reuter. Na ala clínica, estão seis pessoas hospitalizadas, todas mulheres moradores de Taquari.
Prefeitura proíbe acesso a parques e praças públicas no final de semana
Nesta semana, a Prefeitura de Taquari emitiu novo decreto a respeito do enfrentamento ao coronavírus. O documento proíbe a circulação e permanência de pessoas nas áreas de parques e praças públicas, das 20h de sexta-feira, às 8h de segunda-feira. A restrição é extensiva aos feriados. Locais como a Lagoa Armênia e a Praça da Bandeira estarão com o acesso vedado a parir deste final de semana.
Outra determinação do decreto é de que, para fins de reconhecimento de atividade essencial, nos moldes do art. 24, §1º do Decreto Estadual N. 55.240/2020, praticada por qualquer estabelecimento comercial, industrial ou de prestação de serviços, será levada em consideração pela Municipalidade a atividade principal constante da licença de funcionamento (Alvará Municipal).
26% dos funcionários do hospital já foram diagnosticados com coronavírus
O Hospital São José vive um momento crítico devido à confirmação de contágio por coronavírus entre os funcionários. Dos 132 trabalhadores da casa de saúde, 35 já positivaram para o vírus. Destes, 26 estão recuperados. Nove seguem em isolamento por estarem com o vírus ativo. São quatro técnicos em enfermagem, um enfermeiro, um médico, dois do setor de higienização e um da recepção. “Está sendo remanejada nova escala de trabalho e foram feitas novas contratações”, explicou a enfermeira responsável, Elisa Lopes Bastos.
Outra medida adotada pela casa de saúde foi a suspensão das visitas a pacientes para reduzir as possibilidades de contaminação.
“Estou me recuperando bem, graças a Deus”
Duas semanas após receber alta hospitalar, o ex-jogador de futebol Bibiano Pontes, 72 anos, que reside em Taquari, conversou por vídeochamada com a reportagem de O Fato para falar sobre a sua recuperação.
Pontes contraiu covid-19 e ficou 33 dias hospitalizado, a maior parte deles, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Bruno Born, em Lajeado. “Estou me recuperando bem, graças a Deus”, disse.
Além de Pontes, mais familiares contraíram o vírus. A primeira a sentir os sintomas foi a esposa, Dalva Pontes, que teve febre alta e dor de cabeça. Fizeram o teste para covid-19, mesmo sem Bibiano ter algum sintoma, o que surgiu dois dias depois. Ele foi hospitalizado em 16 de novembro, com 50% do pulmão comprometido. Ficou no Pronto Atendimento (PA), em Lajeado, e no dia seguinte foi para a ala covid-19. Um dia depois, foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foram 33 dias na UTI e parte deles, intubado. “Quando fecharam os sete dias da contaminação, ele estava dentro do hospital e pôde iniciar o tratamento de imediato. Acho que isso foi muito importante. Se começar com os sintomas, procure recurso. Não ache que é só uma gripe”, destaca a filha, Bibiana Pontes. Dalva também foi hospitalizada, teve 35% de comprometimento do pulmão, mas não precisou de UTI. “Como o vírus é desconhecido, nós não sabíamos o que estava por acontecer. Foram dias bem difíceis, 40 dias que passaram e nem vimos, porque estávamos todos apreensivos, preocupados. Agradecemos à equipe médica que atendia a todos os pacientes que estavam ali. Como foram vendo que a recuperação do pai ficava melhor a cada visita de um familiar, começaram a estender o horário para ele se sentir mais seguro, o que acredito ter sido a chave para a recuperação mais rápida”.
O ex-jogador recebeu alta no dia 24 de dezembro e está em casa. “Primeiro, quero agradecer a Deus, depois a minha família e a todo esse pessoal de Taquari, das igrejas, em geral, que rezou. Só por causa disso que estou aqui”, diz Bibiano, ressaltando a importância dos cuidados preventivos. “Tem que se cuidar, usar máscara, em qualquer lugar que chegar lavar as mãos ou passar álcool em gel, manter a distância quando possível. Isso não é brincadeira. É uma coisa impressionante. Eu não sabia, agora me contaram o que aconteceu.”
Com uma semana em casa, ele já estava retomando a caminhada e fazendo fisioterapia respiratória. “Quero que o povo de Taquari entenda que o meu reconhecimento e da minha família não tem extensão. Vai levar muito anos para pagar o que eles fizeram por mim.Graças a Deus, as igrejas, todos de Taquari, a minha família. É uma coisa muito emocionante. Dê muita atenção para a família. Agora a gente vê o que é uma família unida. Quero agradecer ao Cristiano Dickel, diretor do hospital Bruno Born, e ao doutor Eduardo Atkinson”.
Bibiano Pontes foi jogador do Sport Clube Internacional de Porto Alegre, entre 1965 e 1975, atuando como zagueiro e sendo o segundo jogador com mais jogos pelo clube colorado, com 523 partidas. Valdomiro é o primeiro com mais de 800 jogos em 14 anos no clube. Foi Campeão Gaúcho nos anos de 1969 a 1975 e Campeão do Brasileiro em 1975.