O Fato Taquari Jornal On-Line
Nesta edição, na segunda parte da entrevista de José Luiz Cenci (Progressista), concedida há duas semanas, ele fala sobre o resultado da eleição de 15 de novembro, projeto de cercamento do município com câmeras e o seu futuro político. Cenci, com quatro mandatos como prefeito de Fazenda Vilanova, não conseguiu a reeleição. Ele deixou o cargo no dia 31 de dezembro.
OF – Com mais essa experiência de governo, tem algo que faria diferente?
Cenci – Posso errar por fazer as coisas acontecerem, mas nunca erro por omissão. Dificilmente me arrependo de alguma coisa que fiz, mesmo, às vezes, sabendo que errei e reconhecendo o erro. Mas eu tentei, fui atrás, briguei, lutei. Na realidade, sou muito tranquilo com essa relação de projetos e realmente realizá-los. Procuro cuidar muito com o que eu prometo. Mas quando prometo, quero e faço de tudo o que puder para que eu possa cumprir. Porque só isso me deu quatro mandatos. Quando tu prometes no primeiro mandato e não consegues cumprir, não tens moral para prometer no segundo.
OF- A que o senhor atribui o resultado da eleição deste ano?
Cenci – Democracia, que é a coisa mais linda que tem no mundo.
OF – Houve alguma situação que lhe causou desgaste?
Cenci – Não. Na realidade, a democracia é a coisa mais linda que existe. Só que tem formas de se fazer democracia. Eu não concordo com a forma que foi feita a democracia na Vilanova, mas respeito. Eu entro no jogo sabendo como vão jogar. Então, tenho que respeitar essas ações da democracia que são permitidas, ou não são permitidas mas são feitas. Acho que o povo tem a sua fotografia nas ações, ou seja, ninguém escolhe ninguém por acaso. O prefeito foi escolhido, vamos respeitar a decisão popular, como eu gostei quando respeitaram quando eu ganhei. Vou fazer o que for possível para ajudar o município a se manter em desenvolvimento.
OF – Um dos projetos que não andou foi o das câmeras de vigilância. Por quê?
Cenci – O videomonitoramento está com o projeto pronto, poderíamos ter instalado as câmeras, mas não andou porque eu sempre disse que as câmeras só seriam úteis se houvesse acompanhamento 24 horas. Não adianta colocar as câmeras aqui sem o monitoramento 24horas. Esquece. Isso é o que existia em precárias condições e que não funcionava. Nós não temos capacidade financeira. Preciso de 12 pessoas qualificadas para monitorar 24 horas a nossa cidade. Não temos condições financeiras. Só se fazem as coisas quando realmente vale a pena. Acontece que atrasou, na realidade, a nossa central em Lajeado, da construção do cercamento eletrônico. Tem lá três municípios e não há capacidade de colocar mais Fazenda Vilanova. A construção está lá e em fevereiro deve terminar. Seria até uma jogada política minha se quisesse fazer, colocar 10 câmeras na cidade para dizer que estamos fazendo o monitoramento, mas não é do meu estilo.
OF- – As instaladas na divisa com Taquari e Bom Retiro do Sul, há cerca de quatro anos, estão em funcionamento?
Cenci – Não. Nunca funcionaram. Nem quero entrar no mérito da coisa porque há problemas diversos.
OF – O que o senhor vai fazer após deixar o cargo de prefeito, quais os planos para o futuro?
Cenci – Vou descansar um pouco porque eu mereço; quero viajar um pouco, se a pandemia permitir; depois vou ficar por aí, vou fazer alguma coisa. Sou um cara novo, com plenas condições de fazer muito ainda. Vou fazer alguma coisa que a gente já está trabalhando em cima.
OF – Vai continuar na política?
Cenci – Até posso continuar e acho que não podemos abandonar. Mas, talvez, com outro olhar, não voltar a ocupar cargo público. Acho que é um compromisso do cidadão colaborar com a política e fazer uma política bacana, aquilo que sempre fizemos na vida e procuramos passar para os filhos e para as pessoas mais próximas. Estamos aqui para servir, não para se servir, temos uma missão.
