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Flexibilização trouxe alívio para o comércio

O governo do estado do Rio Grande do Sul anunciou na sexta-feira, 31 de julho, a bandeira vermelha para o Vale do Taquari, na semana de 4 a 10 de agosto. Essa possibilidade já estava na expectativa dos empresários, devido ao aumento no número de casos confirmados de Covid-19 na região, no número de internações e de óbitos pelo coronavírus.
A região alcançou média ponderada de 1,64, já desconsiderando a ocupação de os leitos de UTI Covid-19 por pacientes que residem em outras regiões. No arredondamento, a média passa para 2, que corresponde a risco alto de contaminação do coronavírus ou comprometimento da capacidade do sistema de saúde.
Os prefeitos apresentaram recurso, mas o comitê estadual que recebe as considerações das regiões e define a bandeira da próxima semana não acolheu. Na segunda-feira, confirmou o protocolo da bandeira vermelha, dentro do sistema  de distanciamento controlado do governo do estado.
Duas semanas antes, a bandeira vermelha foi anunciada, mas houve a reversão para a laranja. O Dia dos Pais, no domingo, 09, seria a terceira data comemorativa em que o comércio teria que trabalhar com as portas fechadas, atendendo apenas por tele-entrega e pegue-e-leve. Foi assim na Páscoa e no Dia das Mães.
A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) emitiu uma nota oficial manifestando, entre outros, a preocupação pela obrigação de fechar as portas, classificando-a como “injusta e ineficaz”. “Desafiando a existência  daqueles que dão suporte à economia municipal e garantem a geração de empregos”.
O prefeito de Taquari e presidente da Federação das Associações dos Municípios (Famurs), Emanuel Hassen, buscou uma alternativa e apresentou uma proposta de flexibilização das medidas da bandeira vermelha, que foi aceita pelo governador do estado, Eduardo Leite. Na tarde da terça-feira, 4 de agosto, foi permitido o funcionamento do comércio varejista não essencial na bandeira vermelha. Restaurantes também poderiam abrir de segunda a sexta, apenas no horário do almoço.
Para o presidente da Famurs, o anúncio do governador é uma importante vitória para a Federação e para as Associações Regionais. “Fizemos o pedido para o governo do estado e ficamos satisfeitos com o anúncio do final desta tarde”, disse Maneco.
O proprietário da loja de móveis Graça, unidade de Taquari, Mateus Leite Vargas, disse que a flexibilização ocorrida no meio da semana chegou como um alívio. “Conseguimos reabrir as portas mesmo que com horário restrito. É muito melhor do que estarmos com as portas fechadas em uma semana de pagamento e Dia dos Pais”. A CDL também recebeu com alívio a  flexibilização na bandeira vermelha. “Apesar de não ser o ideal, já ameniza o impacto negativo que o fechamento total causaria. Sabemos que a situação da pandemia não está controlada e temos que ter muita cautela ainda, mas o comércio tem feito o seu papel e adaptou-se rapidamente para atender seus clientes com todos os cuidados necessários. Esperamos que nossos governantes  comecem a flexibilizar ainda mais as atividades comerciais para que possamos recuperar nossos negócios e voltar a gerar emprego e renda”, salienta o presidente da CDL, César Fazenda.

Como funciona com o novo decreto

Protocolos de bandeira vermelha

Ao comércio varejista não essencial (rua, centros comerciais e shoppings)
• Permite 25% trabalhadores (somente para estabelecimentos com mais de três trabalhadores).
• Respeito ao teto de ocupação (número máximo de pessoas conforme área do estabelecimento).
• Abertura exclusiva de quarta-feira a sábado, em horário reduzido, das 10h às 16h, para não coincidir com a movimentação de serviços essenciais.

Aos restaurantes
• Atendimento presencial restrito passa a ser permitido na bandeira vermelha, com dias e horários reduzidos e reforço dos protocolos obrigatórios.
• Aviso visível aos frequentadores sobre a lotação máxima nas bandeiras amarela, laranja e vermelha, para reforçar distanciamento mínimo. Na bandeira amarela, a lotação máxima é de 75%, na laranja, é de 50%, na vermelha, passa para 50% de trabalhadores e 25% de lotação, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.
• As modalidades de tele-entrega, drive-thru e pague- e-leve seguem permitidas durante todos os dias da semana.
• Restaurantes que se localizam em shoppings também estão inclusos na alteração.

Indefinição quanto à bandeira da próxima semana

As diversas variáveis para a apuração da média ponderada das regiões no sistema de distanciamento controlado do governo do estado e a alteração em algumas delas ocorridas na última semana mantêm uma indefinição quanto à próxima bandeira, que deve ser anunciada hoje à tarde.
Conforme o diretor do Hospital Bruno Born, Cristiano Dickel, que faz o acompanhamento dos números, não há como prever se o Vale do Taquari ficará na vermelha ou voltará para a laranja.
Na macrorregião, que inclui Lajeado, Santa Cruz do Sul e Cachoeira do Sul, 30% dos pacientes confirmados  Covid-19 em UTIs são de outras regiões. No entanto, não há informação quanto ao número de pacientes dessa macrorregião hospitalizados em Porto Alegre ou em outras regiões. Até a semana passada, eram considerados todos os pacientes, independente da cidade de origem. Outro ponto em debate é a data de internação de pacientes. “Eles estão considerando pacientes com data   de internação muito antigas. Na semana que passou, eles consideraram 42 hospitalizações e, dessas, 18 eram de pacientes há mais de 15 dias da data do cálculo da bandeira”, explica.
Nos demais indicadores, entre a quinta-feira, 30, e ontem, houve aumento no número de óbitos de 6 para 7; de pacientes internados em UTI confirmados Covid-19 de 7 para 13 e de internados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de 12 para 18 pessoas.
Já o número de leitos livres de UTI passou de 57 para 64,  e houve redução de pacientes internados clínicos, de 19 para 16. “A tendência é que consiga voltar para a laranja, mas são muitas as variáveis que podem levar para uma vermelha também. Vamos ter que ver como será a apuração desses dados com base nas argumentações que fizemos nesta semana”, conclui Dickel.

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