O Fato Taquari Jornal On-Line
Com o plenário lotado, na noite da última terça-feira, foi realizada cerimônia de posse do presidente da Câmara de Vereadores em 2020, Leandro Mariante (PT). Autoridades, familiares e amigos do vereador prestigiaram o evento.
O vice-prefeito André Brito iniciou os pronunciamentos oficiais, destacando o trabalho do Legislativo no município. “Eu e o prefeito Maneco, durante todo nosso mandato, podemos compartilhar com todos os vereadores a busca da construção do melhor para nossa cidade, respeitando as divergências, as polêmicas, respeitando o pensamento de cada um”, disse. André Brito ressaltou a personalidade do novo presidente da Câmara, considerando-o polêmico e autêntico, e destacou a importância destas carcterísticas para a democracia.
O prefeito Maneco também falou sobre a parceria do Executivo e Legislativo municipal e o caráter do vereador Leandro Mariante. “A política precisa de transparência, bom senso e trabalho e essas três características nós vemos de maneira muito clara no nosso presidente da Câmara de Vereadores em 2020”, considerou.
Leandro Mariante agradeceu a confiança dos colegas Ademir Fagundes (PDT), Marquinho (PSDB), Ramon (PT), Vânius Nogueira (PDT) e José Harry (PDT), que votaram nele para a preisdência da Câmara. Falou sobre suas origens, o trabalho desenvolvido com a comunidade e da decisão de participar da política, tomada em 2012 por influência do prefeito Maneco. “Todos vocês são muito importantes. Todos vocês são os responsáveis por estarmos aqui, de maneira direta ou indireta”, agradeceu. Entre os objetivos do novo presidente da Câmara, está o fortalecimento do Legislativo.
Debate sobre salário gera troca de farpas entre os vereadores
O ano iniciou com polêmica no Legislativo. Na primeira sessão de 2020, Leandro Mariante (PT), Tio Nei (PSDB), Marquinho (PSDB) e Clóvis Bavaresco (PP) trocaram farpas em função da regulamentação do salário para a próxima Legislatura.
Tudo começou quando Tio Nei usou a tribuna para dizer que não era vereador por causa de salário e que, mais uma vez, apresentaria um projeto de lei para redução dos subsídios dos vereadores. “Eu quero que seja semelhante ao do professor. A meu ver, vereador não deve ganhar mais do que um professor que fez uma faculdade e está o dia todo dentro de uma escola”, disse. O tucano relatou que teria apoio da maior parte da bancada do PP e PSDB para aprovação do projeto.
Leandro Mariante (PT) subiu à tribuna em seguida para chamar de demagógica a fala do colega. “Tu está aqui há sete anos e nunca devolveu R$ 1. Tu não fica com vergonha de vir aqui nessa tribuna falar em salário? Cara, é uma piada isso que tu faz. Tu chega a ser um fanfarrão. Tu sabe quanto tu teria que devolver rpara o município R$ 188 mil, que tu já recebeu e não devolveu. Tu não vê que tu ppassa vergonha dizendo isso aqui. O pessoal não te diz na rua que tu passa vergonha? Se tu quer dar o exemplo, vai lá na Prefeitura e devolve o teu salário dos próximos 12 meses”, alfinetou. O vereador também relatou que considera baixo o salário do vereador em Taquari, segundo ele, R$ 3.333,00 líquidos. “É baixo para o vereador que trabalha, para o vereador que vem nesta Casa, para o vereador que investe em formação”, relatou.
Tio Nei voltou à tribuna para rebater as críticas do petista e citou uma charge feita por O Fato, na página Mistura Fina, em 2014. Na época, o jornal brincou que Mariante deveria ter um Opala, pois havia recebido R$ 3.941,70 da prefeitura como reembolso de combustível para realizar 24 viagens intermunicipais. Os custos das viagens eram altos se comparados ao valor do combustível na época, de cerca de R$ 3. “Se vocês lerem o jornal, vocês vão ver que ele usou gasolina da Câmara que dava para dar uma volta no Brasil”, disse. Mariante corrigiu o colega, relatando que não era esta a charge feita com ele. “O senhor está equivocado na informação. E foi do governo, quando eu era secretário”, acrescentou. Tio Nei seguiu seu pronunciamento. “Então o vereador que pegou tanta gasolina que dava para dar uma volta no país de Opala vem me criticar por falar em redução de salário. Eu ajudo muito mais que ele, até porque eu não saio do balcão para me eleger, eu faço trabalho social pela Igreja Quadrangular, e é assim que me elejo. Quando eu falo em reduzir salário, eu sei que vou ser criticado”, falou Tio Nei. Para ele, o salário de vereador deve ser bem baixo, até para evitar brigas na época da eleição. “Quem sabe os colegas pensam na nossa comunidade que trabalha tanto e ganha tão pouco e nós, que não fazemos praticamente nada, ganhamos tanto”, considerou.
O colega tucano, Marquinho, se manifestou contra a proposta de redução de salário. “Eu trabalho bastante pela minha comunidade, meu bairro. E quero te dizer que tu tem que sair de trás do balcão, Tio Nei. Se elegeu, tem que caminhar”, opinou.
Clóvis Bavaresco também subiu à tribuna para falar sobre o subsídio. Disse que era da época em que vereador não recebia salário e que ficava constrangido com o valor que recebia em relação ao pagamento dos professores. “Seria um contrassenso eu não comungar contigo a tua ideia em favor dos professores. E te aconselho a não devolver o teu salário porque tu pode ser cassado como o ex-prefeito Cláudio foi cassado”, alertou.
Leandro Mariante voltou à tribuna para falar em demagogia. Disse que é a segunda vez que ouvia o vereador Clóvis Bavaresco dizer que se sente constrangido com o salário, mas que nunca o viu devolver ou destinar o valor a alguma instituição. “Eu não sei como é esse negócio de achar errado e continuar fazendo. Eu não sei como se chama isso. Se o vereador Nei fizer um documento reiterando os recursos aos cofres públicos, ele pode devolver. Mas não faça que nem o ex-prefeito Cláudio e vá lá tirar foto para fazer moral, devolvendo o salário que daí vão te cassar também. Agora se fizer o documento e devolver quieto todo mês, não terá nenhum problema legal”, explicou.
Vereadores aprovam redução no valor do Britador
Em sessão extraordinária, os vereadores aprovaram, com voto contrário de Tio Nei (PSDB) a redução de R$ 2.460.998,18 para R$ 1.873.434,31 o valor de avaliação da área de terras onde está a secretaria municipal de Obras, conhecida por Britador. O local possui 8.277,06 m² e já foi colocado à venda, mas não houve interessados.
Ramon (PT) disse que o valor foi reduzido visando ao maior interesse para a compra. Também salientou que há determinação no projeto de que o imóvel deve ser destinado a empreendimentos que gerem empregos. “O poder público tem que abrir espaço para que a iniciativa privada aproveite aquele lugar e faça algum investimento de grandiosidade que aquele local merece. Os nossos imóveis estão se depreciando e quem diz que estão valorizando está errado, é o contrário”, afirmou.
Tio Nei (PSDB) disse que era contra a venda do britador, por qualquer valor. “Eu aprendi com meu paii que não se vende o que tem e sim se adquire. Quem vende terra, erra. Quem compra terra, não erra”, considerou. O vereador sugeriu que o local fosse utilizado como estacionamento dos carros da prefeitura, que, segundo ele, ficam na chuva atualmente.
José Harry (PDT) falou que o governo acertava na venda da área, ainda mais com o direcionamento dado ao aspecto empreendedor. “Acho que o município não precisa ter terras, o município tem que ter ações, tem que ter emprego”, salientou.
Vânius Nogueira também se mostrou favorável à venda do Britador. “A localização daquela área é bem mais útil para o município se tiver uma empresa para gerar emprego. E o Britador tem que ir para outro lugar, que tenha melhor espaço”, opinou.
