Conhecer alguém para viver uma linda história de amor ainda é o sonho de muitos. Encontrar a alma gêmea para compartilhar o dia a dia segue na lista de realizações pessoais.
O que muitos não sabem é que o parceiro (a) pode estar a milhares de quilômetros de distância e que muitas vezes é necessária uma mãozinha do destino para a aproximação.
Nesta edição de O Fato, às vésperas do Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, mostraremos a história de dois taquarienses que se relacionam com estrangeiros. E o mais interessante é que a rede social aproximou os casais, mas não foi quem os apresentou.
“Sabia que ia encontrar ela de novo”
O taquariense, Matheus Fregapani Azeredo, 18 anos, viajou, em 2016, para um intercâmbio de dois meses no Canadá, a fim de aprimorar o conhecimento em Inglês, mas não imaginava que outras portas iriam se abrir. “Fiz o intercâmbio para conhecer culturas novas, é interessante conhecer outros lugares”, salienta.
Na classe de Matheus estudava a japonesa Momoka Igarashi, 19 anos. Começaram a conversar e surgiu o “lance”, conta Matheus. A partir daí, mantiveram ligação. Ele voltou para o Brasil com a certeza de que não perderiam o contato e ela seguiu no Canadá por um ano. “Sabia que ia encontrar ela de novo, mesmo que demorasse, porque seguiríamos nos falando. Hoje com a tecnologia está muito fácil de se comunicar”, salienta.
Na terra natal, passou a estudar sobre a cultura e a língua do Japão, pois a família de Momoka não fala inglês. “Decidi aprender japonês. Fiz tudo pela internet, baixei livros em PDF, imprimi e no intervalo da aula estudava. Não gastei nada em curso, foi tudo sozinho”, lembra.
Momoka é natural de Yamagata, no Japão. Quando ela encerrou o intercâmbio, veio para Taquari, em julho do ano passado, antes de voltar para o Japão. Para ela, o momento em que ficaram separados, foi difícil e triste. Ao ver os casais nas ruas ou quando precisava do Matheus, ele não estava lá para dar o suporte necessário; só podiam fazer ligação por vídeo-chamada, pois estavam em lados opostos (na esfera terrestre). Ela destaca que não se importa com a nacionalidade e sim com a personalidade. Mas, agora, não há mais distância porque pretendem continuar juntos.
Depois de um mês, ela foi para o Japão, mas retornou em outubro, ficando mais um tempo. Em dezembro de 2018, Matheus foi para Japão, onde permaneceu por dois meses, e conheceu a família dela. Matheus conta que não sentiu medo de investir nessa relação. “A cultura do Japão é bem diferente do Brasil. Acabo me identificando mais. Quando conheci ela, mergulhei nos estudos da cultura e quando fui pra lá não tive muitas surpresas. Já estava esperando e sabia o que iria encontrar. A única coisa foi a questão das pessoas, que consideramos frias. Mas elas são mais reservadas e não expressam o carinho. Os pais dela não abraçam muito, quando fui cumprimentar sabia bem como fazer. Fui no aperto de mão. Foi a única coisa que me marcou”, lembra.
Momoka está em Taquari e trabalha como tradutora pela internet. Sobre Taquari, diz que o lugar “é muito legal; as pessoas são gente boa e que não gosta de cidade grande, tipo Tóquio (capital do Japão). “Para ela é muito bom estar em uma cidade pequena, como é a dela, sente-se bem aqui”, conta Matheus. Momoka permanecerá por dois anos até ele concluir a faculdade de Comércio Exterior. Eles pretendem morar no Japão. “Meus pais gostam muito dela, da família dela também, mesmo não entendendo a língua percebem que são pessoas boas, que me acolheram muito bem lá. Eles não têm nada contra, apoiam totalmente, e falam que vão para o Japão quando eu for pra lá”.
“Foi amor à primeira vista”
Vanessa Gonçalves Braga, 32 anos, trocou a vida em Taquari pelo extenso frio suíço para onde se mudou em 2015, quando casou-se com o português Ricardo Dias Braga, 30 anos. Ela o conheceu por intermédio de um parente. “Nós somos evangélicos e servimos a Deus na Congregação Cristã no Brasil. Um tio meu fez uma viagem missionária até a Suíça e conheceu ele. Nosso primeiro contato foi pelo Facebook e depois começamos a nos falar por WhatsApp, no ano de 2014. Neste mesmo ano, em agosto, ele veio ao Brasil para me conhecer pessoalmente. Foi amor à primeira vista”, lembra Vanessa. Na conversa com a família, Ricardo logo disse ao pai dela que, devido à distância, tinha a intenção de casar. Ela conta que a família chegou a ficar assustada, por ser uma decisão muito importante e não se conhecerem muito. “Mas eu não tive medo porque estava tudo sendo conforme a palavra de Deus”. No início de 2015, Vanessa viajou para a Europa onde permaneceu por alguns meses e em julho casaram-se. Tudo ocorreu em cerca de um ano. “Nos vimos duas vezes e a terceira já foi o casamento”, lembra. Tivemos muitas pedras pelo caminho mas em tudo o Senhor esteve e está até hoje conosco. Um friozinho na barriga sempre dá, mas estava confiante no que Deus havia prometido”, diz.
Em julho de 2015, eles se casaram e Vanessa mudou-se para a Suíça. “Foi uma mudança brusca na minha vida: outro país, outra língua, outra cultura, mas graças a Deus, minha família e meu esposo, tive uma boa adaptação”.
A taquariense está gravida de quase sete meses da primeira filha, Celine. “Hoje nosso amor se eterniza com a chegada da nossa filha. Era um sonho para nós essa gestação. Se tivesse que fazer tudo de novo, eu faria sem pensar. Foi uma loucura ótima! Sou muito feliz e com a chegada da nossa filha me sinto realizada.”, salienta.
Atualmente, o casal vive em Domat/Ems, uma localidade da Suíça, no Cantão Grisões, com cerca de 6.686 habitantes. “Não é fácil viver longe da família, mas eu agradeço a Deus pela vida dos meus pais. São nossos amigos, nossos ajustadores, estão sempre intercedendo por nós através da oração, embora a distância muitas vezes nos machuque. Deus tem nos sustentado e dado forças em todas as situações”.