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De empresa de som e iluminação em festas a fabricante de lâmpadas

A despretensiosa brincadeira de adolescente do hoje empresário Douglas Bender, 30 anos, o levou para um caminho de onde não quer mais voltar. Junto do irmão Deives, 25 anos, e acompanhados pelos pais, Vera e Fernando Bender, eles tocam a empresa de som e iluminação de eventos GTK e a DB2, de produção de luminárias – fabricante da marca Lumin.

Tudo começou por volta do ano 2000, quando Douglas e uma turma de amigos se reuniam para colocar som em festas de colegas de escola. A brincadeira foi tomando proporções tais que, quando viram, estavam comprando equipamentos para melhorar a qualidade do trabalho.
Douglas era o DJ e os outros amigos cuidavam da iluminação dos eventos. A primeira festa foi o aniversário de uma colega, ainda no ensino fundamental, na casa de Douglas. “Hoje temos a facilidade do notebook e até mesmo o celular, mas naquela época nós tínhamos que levar o computador inteiro, monitor, CPU, teclado mouse, para tocar as músicas. A iluminação, a gente inventou: eram duas latas de Nescau, uma na outra, com papel celofane colorido na frente e a lâmpada dentro. As caixas de som a gente mesmo fez”, recorda.
No final do ensino médio, o grupo de amigos se separou, cada um foi seguir um caminho e Douglas continuou com a tarefa. Então o irmão, Deives, passou a ajudá-lo na parte da iluminação. “Fomos fazendo a GTK crescer”, salienta.
Com a influência do avô, Auro Antônio Birck, que trabalhou como eletricista na Satipel, Douglas teve os primeiros ensinamentos na área da eletrônica. “Sempre tive vontade de montar algum produto na eletrônica e, aos poucos, fui passando para o Deives, porque ele era da área da biologia, adorava plantas e bichos, mas me via mexendo com a informática e eletrônica”, comenta. Aliado a isso, Douglas tinha vontade de levar para os eventos um casemod (computador com o gabinete modificado com a iluminação colorida) o que o levou a comprar os primeiros LEDs. A partir daí, os LEDs passaram a fazer parte do dia a dia dos rapazes. “Fui crescendo com as “luzinha” , colocando em bicicletas, brincando com o LED”, comenta Deives.
Enquanto tudo isto acontecia, seguia a vontade de ter um produto que as pessoas tivessem em casa, pudessem usar ou vestir. Naquela época, há cerca de 13 anos, o componente eletrônico, o LED, eram raros. “Um que compramos hoje a R$ 0,05, já custou mais R$ 100. Queríamos um refletor colorido para usar em eventos. Fizemos um, compramos a carcaça e fabricamos as placas e foi muito legal. Chegamos a apresentar o projeto na maior empresa de venda de iluminação de shows no Brasil, nesta área, mas éramos guris, eu com 16 anos e meu irmão com 13, e era complicado querer tocar pra frente”, conta Douglas. Além disso, o alto custo de fabricação do equipamento impedia de competir com os que eram importados da China. “Acabamos perdendo as esperanças”, diz. Mas a oportunidade os tornou conhecidos na área. “Acredito que fomos os primeiros a fazer refletor de LED RGB no Brasil, porque tinham muitas pessoas nos perguntando sobre o produto”.
Enquanto isso, Deives montou uma lâmpada com LED, adaptando uma modelo fluorescente compacta (econômica de espiral) e colocou na rede social (na época o Orkut), o que atraiu a atenção da fabricante mundial de lâmpadas OSRAM. “Queriam conhecer o Deives e que ele fosse trabalhar lá porque ele tinha feito uma lâmpada de LED, algo ainda muito raro, mas ele não conseguiu ir porque tinha 15 anos, muito novo”, conta Douglas.
Isto foi estimulante para os empresários que, cada vez mais, tiveram vontade de buscar conhecimento. Também surgiu a oportunidade de parcerias pelo mundo.

Nasce a empresa DB2 Brasil

A produção de eventos com a GTK seguia, assim como o sonho pelo produto que pudesse estar em prateleiras de lojas, o que os mantinha fazendo experimentos. Em 2010 surgiu a empresa DB2 Brasil, cuja sigla é uma alusão ao nomes dos irmãos Douglas Bender e Deives Bender. No primeiro momento, eles importavam o LED para testes e os equipamentos de som e de luz, focando nos shows da GTK e para atender pedidos.
Em 2015, resolveram investir em LEDs brancos, que exigem uma tecnologia maior, e passaram a criar refletores. Então desenvolveram um refletor industrial e apresentaram em Porto Alegre para o primeiro potencial cliente, disputando com marcas conceituadas. O produto deles foi o mais eficiente e obteve o gosto do cliente, mas a produção em grande escala para uma empresa iniciante ainda não era possível e, novamente, tiveram que abrir mão da venda. “Foi uma mistura de felicidade e tristeza. Mas uma prova de que o produto era bom”, diz Deives.
O trabalho continuou e as oportunidades foram surgindo, como uma remessa de luminárias para o Acre, e um projeto para a orla de Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul. Este teve que ser apresentado para o prefeito e também foi aprovado. Hoje é o case de sucesso da empresa. Isso levou a empresa a trocar a sede para um espaço mais amplo, passando de uma pequena casa na Rua Othelo Rosa para a sede na Avenida 20 de Setembro, com 1500m².
No espaço, há desde a etapa de criação dos produtos e projetos até a finalização para a entrega, tudo com uso de impressoras 3D e máquinas CNC, terceirizando somente alguns itens. Além dos quatro membros da família (dois irmãos, pai e mãe) há outros quatro funcionários na empresa.
Em 2017, a DB 2 passou a investir em produtos residenciais e lançou, durante a ExpoTaquari, a linha de lâmpadas modelo bulbo Lumin. “Conseguimos desenvolver uma lâmpada muito boa e com qualidade, com led da Samsung”, diz Deives. Eles atendem todo o Estado. Em Taquari estão à venda em alguns supermercados.
Para o futuro, a meta é aumentar o leque de produtos, e focar na venda para o Brasil inteiro. No final do ano passado, fizeram o investimento em mais maquinário. A intenção é entrar no setor de iluminação e decoração residencial além, é claro, de investir mais em desenvolvimento de produtos ligados à internet.

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