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Negócio de pai para filhas

Quando Herberto Mallmann trocou o trabalho com madeira pelo conserto e comércio de relógios e joias, há cerca de 50 anos, não imaginou que estaria construindo o futuro das filhas.

Natural de Lajeado, ele trabalhava, naquele município, como marceneiro na produção de caixões, junto da esposa, Líria Mallmann, que fazia as almofadinhas. No entanto, optaram por trocar de profissão e, com os ensinamentos do irmão de Herberto, foi aprendendo a atuar na área das joias e relógios.
Na época, tiveram dúvida quanto ao município em que se instalariam e escolheram Taquari, onde havia o relojoeiro Leopoldo Gosenhaimer. A Relojoaria Mallmann e a oficina foram instaladas no Centro, no local onde hoje funciona o Laboratório Grams, e inaugurada no dia 16 de setembro de 1969, em prédio de aluguel. “Ele começou do zero, aprendeu lá (em Lajeado) e quando vinha pra cá, o tio também vinha pra ajudar”, conta a filha Rejane. Naquela época já trabalhavam com a venda de óculos, ouro e relógios e tinham a oficina de relógios. “Por toda a vida a empresa foi em família. Ele e a mãe trabalhando juntos, uma empresa familiar”, salienta a outra filha, Regina. O casal teve quatro filhos. Há cerca de 35 anos, o empreendimento mudou-se para uma sede própria, na Rua Albino Pinto, onde permanece até hoje.
Com a morte de Líria, há 15 anos, Rejane passou a ajudar o pai no trabalho na oficina e aprendeu a consertar os relógios. Herberto faleceu há oito anos e, hoje, a loja é administrada pelas duas filhas. “O Rogério (outro filho) ajudava o pai desde os 14 anos, mas não permaneceu”.
A morte dos fundadores e um furto sofrido há cerca de 30 anos foram momentos difíceis. Durante a madrugada, proximo ao Natal, a loja foi alvo de furto. Além do prejuízo, o comércio ficou com pouco estoque para venda. “Não tínhamos como repor. Custou um pouco, mas nos levantamos”, salienta Rejane.
A empresa tem quase 50 anos e, para manter os clientes, elas apostam no preço, curto prazo de entrega e bom atendimento. “Nunca colocamos funcionários. O cliente se sente mais à vontade com a gente”, destaca Rejane.
Para o futuro, planejam sempre melhorar. “Tentamos levar assim. A tradição nossa é essa. Passamos de pai para filho e queremos levar”, diz Rejane, que espera que a filha siga na empresa. “Administrar sim”, salienta Elisa Mallmann Maassen, 18 anos.

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