Até agosto deste ano, a Câmara Municipal de Vereadores desembolsou R$ R$ 1.594,93 para cobrir gastos com viagens de vereadores e servidores do Legislativo. O valor está entre os mais baixos da região, diferente do ano passado, quando Taquari teve a quinta maior despesa do Vale.
Segundo o presidente da Câmara, José Harry Saraiva Dias, a economia é necessária em época de crise para que os recursos possam ser utilizados pela prefeitura em diversos setores que beneficiem a população. “A necessidade do Executivo, a necessidade das pessoas, se sobrepõem e muito aos interesses nossos. Eu acho que o vereador tem que ser remunerado, mas acho também que o vereador tem seus limites, não na sua atuação política, mas limite de gastos, todo mundo tem que ter limite de gastos. O orçamento da Câmara é maior do que nós precisamos, então retornamos isso para nossa população, para sobrar mais dinheiro pra nossa população”, relatou o presidente. De acordo com Zé Harry, a Câmara tinha direito ao orçamento de R$ 2,5 milhões em 2018, no entanto, não utilizará boa parte do recurso. Por isso, a Casa enviou ofício para a prefeitura, manifestando o interesse de que os recursos fossem utilizados na saúde, infraestrutura e realização de um evento tradicionalista no município. Conforme o presidente da Casa, a Prefeitura concordou com a destinação dos recursos a estas áreas e enviou projeto de Lei para que os valores que iriam para a Câmara fossem revertidos a estes setores. Ainda segundo Zé Harry, R$ 884 mil foram destinados à secretaria municipal de Saúde, R$ 248 mil para a conclusão da rua Miguel Santana e R$ 15 mil à 15ª Região Tradicionalista para realização de evento de busca e expansão da Chama Crioula, além da Semana Farroupilha, que ocorreu na Praça da Bandeira.
De acordo com José Harry, a economia com diárias e combustível foi acordada entre os colegas e não tem prejudicado os trabalhos do Legislativo. “Estamos nos cotizando. Se vai ter uma audiência em Porto Alegre e vai eu e mais dois vereadores, nós dividimos a gasolina e a Câmara não paga nada. O que custa para nós dividir a gasolina? Numa viagem em Porto Alegre, por exemplo, nós gastamos cada um R$ 25 no posto mais R$ 30 de comida, gastamos R$ 55 pila cada um. O nosso serviço depende mais da nossa vontade do que de recurso, nosso serviço é estar com a população, é estar nas casas”, disse. Segundo José Harry, em 2018, não foi necessário realizar viagens a Brasília, tendo em vista que não havia recursos federais disponíveis para buscar para Taquari, o que também acabou contribuindo para economia em diárias e passagens.
Em 2016, o então presidente Luís Porto (PT) também havia economizado neste sentido. Na época, os gastos com diárias e combustível foram zerados no Legislativo. No entanto, no ano passado, durante a presidência de Ademir Fagundes (PDT), este tipo de despesa voltou à Câmara. Durante o ano, foram pagos R$ 26.738,28 a vereadores e servidores que realizaram viagens representando a Câmara de Taquari, sendo o quinto maior valor da região. Além de que também foram gastos R$ 17.289,59 em passagens aéreas e combustível.
As viagens
O valor gasto em 2018 foi utilizado em pagamento de diárias e ressarcimento de combustível para cinco viagens realizadas por vereadores e servidores, entre janeiro e fevereiro de 2018. Uma delas foi feita pelo vereador Leandro Mariante (PT) e o servidor Gustavo Costa, para São Jerônimo, onde participaram de audiência pública sobre reajuste de tarifa hidroviária da travessia Triunfo/São Jerônimo. Cada um recebeu R$ 179,65 de diária, e o vereador foi reembolsado com outros R$ 97,35 para combustível. Em outra viagem, também feita pelo vereador Leandro Mariante, foram gastos R$ 179,65 de diária e R$ 85,48 de combustível para ir até a Câmara de Vereadores de Estrela participar de reunião de mobilização, relacionada à Lei que cria na região à Rota das Cervejarias. Em outra viagem do vereador Mariante, desta vez a Porto Alegre para reunião com o deputado Gilmar Sossella, quando tratou sobre pedágios, foram pagos R$ 179,65 de diária e R$ 165,12 de ressarcimento de combustível. As outras viagens foram feitas por dois servidores. Jadir Rodrigues, que foi à Receita Federal em Montenegro entregar alteração do CNPJ do novo presidente da Câmara e recebeu R$ 179,65 de diária, e Márcio Schwingel, que foi ao Daer, em Porto Alegre para entregar ofícios, e recebeu R$ 179,65 de diária e R$ 169,08 de ressarcimento de combustível.