O Fato Taquari Jornal On-Line
No dia 3 de setembro, o Correio, que é correspondente do Banco do Brasil, foi assaltado por três homens armados. Algumas horas depois, um empresário que é correspondente do Banrisul foi assaltado e seus malotes levados de dentro do saguão do Banrisul. Fatos como estes fizeram os correspondentes bancários mudarem suas rotinas e também os valores que circulam dentro das lojas. Como não possuem porta giratória, guardas e outros tipos de mecanismos de segurança que um banco possui, sentem-se inseguros em relação à violência.
Um correspondente do Banrisul, que prefere não se identificar, acredita que foi o único que não foi assaltado em Taquari. “A verdade é que o banco não nos oferece nada. Todo o perigo que o banco tinha foi transferido para nós. O banco não nos oferece segurança, mas nos exige coisas em contrato, como câmera de segurança, alarme”, conta. Uma das mudanças realizadas é que, antes, o correspondente recebia boletos de pagamentos até R$ 10 mil e agora foi reduzido para R$ 1.500,00. “E não vamos mais abrir sábado para não criar volume de dinheiro, que só pode ser depositado na segunda-feira”, explica o empresário. “Nós não somos bancos e não ganhamos para sofrer risco desafogando o banco”. Segundo o proprietário da loja que é correspondente bancária, seja o boleto de R$ 10,00 ou de R$ 10 mil, o valor que o banco paga é por autenticação, ou seja, o mesmo.
Outro correspondente disse que foi assaltado dentro do saguão do Banrisul por homens armados, quando estava levando o malote de dinheiro. Segundo o empresário, hoje em dia circula muito mais dinheiro dentro das agências correspondentes. “A Brigada Militar tem efetivo baixo. Até ficam na porta dos bancos em alguns horários, mas não tem policial sobrando para ficar a nossa disposição”, salienta. Esse correspondente, que também pediu para não ser identificado, disse que vai fechar sua loja aos sábados. “Estamos com medo, todos estamos com medo. O máximo que aceitamos de valor de um boleto é R$ 1500,00 e podemos baixar ainda mais”.
A utilização de segurança e também horários diversos para levar o malote no banco é uma estratégia de outro correspondente bancário. “O banco não dá suporte, tenho câmeras de vigilância, mas eu paguei por isso. Até pensei em fechar, mas o risco de assalto existe em todo lugar. Já fui assaltado à mão armada aqui”. Para o correspondente, deveria ter mais segurança a partir da porta do banco e não só a partir da porta giratória. “Receber uma arma apontada para ti, que levanta às 6h30 da manhã, é muito frustrante. Já fui assaltado quatro vezes”.
O Correio não realiza mais transações bancárias em sua agência, por tempo indeterminado e não quis prestar mais informações sobre o assunto. A superintendência do Banco do Brasil não foi localizada para falar sobre a questão.
Até o fechamento desta edição, a gerência do Banrisul não se manifestou sobre a reclamação dos correspondentes.
O que diz a Brigada Militar
O capitão da Brigada Militar, Rogério Armando Bueno Hoffmann Filho, diz que os correspondentes são merecedores do trabalho da guarnição como todos. “Nâo tem nada diferente com eles, banco ou uma casa. A única coisa é que quem tem mais probabilidade de sofrer assaltos tem que ter consciência de que tem que ter um cuidado maior para evitá-lo, assim como poderia ser uma casa. Tem que ter um cuidado maior”, salienta o capitão.
